A Prefeitura de Paraopeba, na Região Central de Minas Gerais, decretou estado de alerta na cidade nesta terça-feira (3) por desabastecimento de água.
A cidade enfrenta uma crise hídrica desde o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em janeiro de 2019. A lama que vazou da mina Córrego do Feijão atingiu o Rio Paraopeba, que abastece a cidade.
No decreto, o prefeito Juca Bahia (PSDB) lista vários fatores que estão associados à falta de água na cidade, como o rompimento da barragem e a suspensão da captação de água do Rio Paraopeba, a perfuração de poços artesianos e a construção de captações em córregos da região feita pela mineradora Vale, e a estiagem.
Ainda no documento, o prefeito autoriza que todos os órgãos municipais apoiem no que for preciso as ações “preventivas, restaurativas e compensatórias” que estão sendo feitas pela Vale e pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Juca Bahia ainda autoriza a captação de água em rios, córregos e cursos d’água dentro do município, desde que licenciados pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), em especial o Ribeirão do Cedro, Córrego do Retirinho/Brejinho e Rio do Chico.
Nesta segunda-feira (2), a Copasa informou que o abastecimento de água na cidade era feito pela captação superficial do Ribeirão do Cedro, oito poços profundos pré-existentes no sistema e outros cinco perfurados pela Vale, e mais 25 caminhões-pipa. Destes, 15 abastecem os reservatórios com água tratada de Cordisburgo e os outros dez usam água bruta para abastecer empresas na cidade.
Sobre o decreto, a reportagem entrou em contato com a Copasa e com a Vale e aguarda retorno.
Crise hídrica
A Copasa informou que no último domingo (1º), o abastecimento de água na cidade estava prejudicado pela queda de vazão na captação do Ribeirão do Cedro.
Em 27 de janeiro deste ano, dois dias após o rompimento da barragem, a captação de água no Rio Paraopeba foi suspensa e desviada para a antiga capitação no Ribeirão do Cedro.
A Copasa explicou que a bacia do ribeirão tem diversos usuários e intervenções no curso d’água acima do ponto de captação e que podem refletir na vazão. A estiagem verificada nos últimos dias também contribui para a diminuição do nível manancial.
Além disso, a empresa espera um relatório do Igam sobre fiscalização de toda a bacia hidrográfica do Ribeirão do Cedro.
A Copada ainda explicou que está equipando mais três poços profundos e o início da operação é em 30 dias.
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