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Insegurança força morador a vigiar ruas por conta própria

O projeto “Câmera Cidadã” pode auxiliar os militares, garante a moradora

22/08/2018 às 09h03 Atualizada em 22/08/2018 às 09h11
Por: Redação
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Gracielle Torres, do Conselho de Segurança do Buritis, mostra imagens que são captadas pelas câmeras de segurança
Gracielle Torres, do Conselho de Segurança do Buritis, mostra imagens que são captadas pelas câmeras de segurança

A prevenção da criminalidade tem levado moradores de Belo Horizonte a se unirem. Cada vez mais, vizinhos de diferentes bairros lançam mão de estratégias para colocar em prática ações que promovam a segurança. Na lista de ações, aplicativos de mensagens, treinamento de porteiros e até o monitoramento de ruas.

A vigilância eletrônica foi a alternativa encontrada pelo Conselho de Segurança do Buritis (Consebb) para reforçar a proteção no bairro, na região Oeste. Em parceria com uma empresa de segurança privada, o grupo de sete voluntários instalou câmeras em várias vias. O projeto, que não teve o valor investido revelado, foi lançado ontem.

“Senti que faltava uma aproximação da PM e comunidade, até para conhecer as ruas com mais vulnerabilidade. O efetivo da PM é baixo para o tamanho do bairro”, diz a idealizadora da iniciativa, a empresária Gracielle Torres. 

O projeto “Câmera Cidadã” pode auxiliar os militares, garante a moradora. Segundo ela, as demandas do bairro são levadas à corporação. “A ideia é inibir a ação de criminosos. Em caso de alguma ocorrência, a PM pode solicitar as imagens”.

O número de equipamentos e os locais da instalação não foram divulgados. “Mas já estão on-line e o serviço, ativo. As filmagens são feitas 24 horas por dia”, assegurou a empresária.

Segundo o tenente-coronel Frederico Garcia, comandante do 5º Batalhão da PM, que atua no Buritis, os militares responsáveis pelo bairro se reúnem rotineiramente com a população, ouvindo demandas e traçando estratégias. “A PM é próxima dos moradores. Já temos reuniões mensais com o Conselho de Segurança para garantir, sempre, esse policiamento eficiente”, garantiu.

PM aprova a participação de moradores em ações de segurança e garante que o patrulhamento é feito

Treinamento
Medidas de proteção contra a violência também foram adotadas pela Associação do Bairro de Lourdes (Amalou), Centro-Sul da metrópole. Lá, a iniciativa foi motivada por assaltos a estudantes e moradores. Por conta da quantidade de condomínios na região, a ideia foi treinar os porteiros. “Para eles, elaboramos uma apostila com base em dicas e informações de segurança”, explicou o presidente da entidade, Jefferson Rios.

Os profissionais também receberam radiocomunicadores para transmitir informações entre os prédios. “Os seguranças sabem o que é suspeito ou não, estão 24 horas de olho na movimentação. Além disso, conhecem os lavadores de carro, quem trabalha por aqui. Atitudes estranhas são relatadas entre eles e a PM é acionada rapidamente”, comenta Rios. O presidente da Amalou garante que, após as medidas, a insegurança diminuiu. “Hoje, chegamos a zero ocorrência do tipo”.

Opiniões

Pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, Frederico Marinho avalia que projetos do tipo mostram que a população está atenta e cobra mais efetividade das forças de segurança. “É uma iniciativa válida. Não tenho conhecimento de outra proposta como essa de vigilância por câmera privada”. Ele defende que o trabalho seja feito em conjunto com a polícia.

Apesar de aprovar iniciativas semelhantes, o ex-delegado Islande Batista, que chefiou o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio em BH, ressalta que o policiamento nunca deve ser assumido pelo cidadão. “As pessoas não estão preparadas nem têm autoridade para isso”, frisou.

“Quando o cidadão privatiza a segurança é porque a situação não está muito boa. Pagamos impostos e devemos ter a proteção garantida”, completa o presidente do Movimento das Associações de Moradores de Belo Horizonte, Fernando Santana.

Comunicação por aplicativo agiliza atuação da polícia

Criada em 2011 pela PM mineira, a Rede de Vizinhos Protegidos busca reduzir a criminalidade. Hoje, 153 bairros da capital contam com a iniciativa. Além das ligações telefônicas e grupos no Facebook, os moradores têm recorrido ao aplicativo WhatsApp. 

Até militares integram os grupos, agilizando o atendimento. Morador do Bandeirantes, na Pampulha, o empresário Alexandre Almeida, de 47 anos, sabe bem como a comunicação on-line e imediata é eficaz na prevenção de delitos.

Após perceber atitudes estranhas de dois homens, ele fez uma postagem no aplicativo e evitou o roubo em uma residência do vizinho. “A dupla foi na minha casa e perguntou sobre um endereço. Sabia que não tinha ninguém lá. Achei estranho, acionamos a PM. Os suspeitos fugiram com a chegada da polícia”.

Ideia importada

Já no bairro Sion, Centro-Sul da cidade, a ideia foi ‘importar’ um modelo adotado pelas forças de segurança dos Estados Unidos. De lá, os moradores trouxeram um apito usado para localizar pessoas feridas e suspeitos.

Apresentado à PM durante uma reunião da comunidade, o dispositivo é utilizado desde janeiro. “Já temos mais de cem unidades distribuídas”, diz Fernanda Coutinho, coordenadora da rede de vizinhos.

O alarme, semelhante ao de um carro, fica no chaveiro do morador. Em caso de emergência, basta a pessoa acionar um botão que o sistema é disparado. Cada apito custa cerca de 3 dólares e é comprado pela internet.

Aproximação

Chefe da seção de Polícia Comunitária da PM, major Cláudio Alves e Silva observa que a rede de vizinhos vai além da promoção da segurança. “É um fator importante de organização da sociedade para melhorar a qualidade de vida dos moradores”, afirma.

É o que acontece, por exemplo, no bairro das Indústrias, no Barreiro. Lá, segundo a vendedora Pollyana Roberta, a vizinhança passou a monitorar as ruas pelo WhatsApp há cerca de quatro anos. Além da redução da criminalidade, o convívio melhorou. “No grupo organizamos reuniões, festas juninas, ações em escolas e praças”, comentou.

Por Bruno Inácio e Anderson Rocha - hojeemdia 

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