Um operário morreu soterrado e outro ficou ferido, na tarde desta quinta, em uma obra de saneamento na rua Sinhá Teixeira da Costa, no bairro Liberdade, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. A obra pertence a um grupo de construtoras e está sendo executada pela empresa Escon Engenharia.
O sobrevivente, Cláudio Geral do Pena, de 54 anos, ficou três horas e meia com as pernas prensadas, a uma profundidade de mais de dez metros, o que dificultou o trabalho de resgate dos bombeiros. Cláudio sofreu fraturas nos pés e foi levado de helicóptero para o Hospital João XXIII (HPS), por volta das 18h.
O corpo de Maurício Pereira da Silva, de 26 anos, permaneceu quase todo encoberto, a cerca de 15 metros de profundidade, e o resgate estava previsto para demorar até até horas. Havia risco de novos desabamentos.
O engenheiro da Escon, Edmilson da Silva Chaves, informou que a obra é de um grupo de construtoras que precisava receber o esgoto e a Copasa exigiu o saneamento.
O engenheiro disse que a vala estava escorada de acordo com as normas exigidas e o que aconteceu "foi uma fatalidade". "O terreno desabou e o pranchão usado para escorar bateu em um funcionário, que ficou prensado contra o barranco ", disse Edmilson.
Colegas da vítima reclamaram de falta de segurança na obra. Eles fizeram uma homenagem às vítimas batendo palmas e rezando o Pai Nosso.
A empresa disse que vai dar assistência ao ferido e à família do morto.
RESGATE
O capitão dos Bombeiros Rafael Consendey disse que precisaram descer até o fundo da valeta para fazer o escoramento, usando madeiras, para só depois começar o resgate. Isso para garantir a segurança dos militares. "As vítimas estavam a uma profundidade entre 10 e 15 metros, com uma largura muito pequena, de apenas 1,5 metro de largura. Praticamente só um homem poderia acessar a vítima ", disse.
A perícia da Polícia Civil, que vai investigar as causas e as responsabilidades pelo acidente, esteve no local. A Defesa Civil de Santa Luzia vai avaliar a possibilidade de embargar a obra.
Por Natália Oliveira, Pedro Ferreira e Luiz Fernando Motta - OTempo
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