A criança arrancada da barriga da mãe em João Pinheiro, no Noroeste do Estado, recebeu alta do hospital. Isadora Cristina estava internada desde o dia 16 de outubro e de acordo com a administração do Hospital São Lucas, em Patos de Minas, teve alta neste sábado, 27. A bebê, que foi retirada da barriga da mãe, Mara Cristina Ribeiro da Silva, era prematura e tinha um ferimento na cabeça.
O tio da menina, Cristiano Ribeiro, 31 anos, contou que Isadora está com o pai dela até a confirmação do exame de DNA. " Se der positivo ele leva a menina, agora se der negativo eu vou ficar com ela. A outra filha da Mara de um ano também está com o pai", contou Cristiano.
Mara tinha separado do pai das crianças e estava morando com a suspeita do crime. "A gente tinha alertado ela várias vezes. Sabíamos que essa mulher tinha vários crimes, mas a minha irmão não acreditava e achava que elas eram amigas”, relatou o irmão.
No dia 25 de outubro o inquérito do caso foi encerrado. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil a suspeita Angelina Ferreira Rodrigues, de 40 anos, foi indiciada pelos crimes de dar parto alheio como próprio, subtração de incapaz e homicídio qualificado pelo motivo fútil, meio cruel, à traição e mediante emboscada e ocultação de outro crime.
Somados, os crimes podem chegar a até 38 anos de prisão, porém, pelas leis brasileiras, o máximo que um condenado fica preso é 30 anos.
"O que mais me revolta é a Justiça não funcionar. Essa mulher tinha que ter prisão perpétua pela barbaridade que fez", defende o tio de Isadora, Cristiano.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a morte da mulher foi por anemia hemorrágica interna e externa e não por asfixia como suspeitava-se, o que indica que Mara estava viva quando o bebê foi arrancado de sua barriga.
O marido da suspeita não foi indiciado pois as investigações indicaram que ele não teria tido participação no crime. Segundo a Polícia Civil também não houve participação de uma terceira pessoa no crime.
Entenda o crime
O corpo de Mara foi encontrado, no último dia 16, em um terreno perto de um posto desativado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às margens da BR-040, ainda na cidade de João Pinheiro. A vítima estava desaparecida desde o dia anterior, 15 de outubro.
O caso passou a ser investigado depois que um casal chegou com a recém-nascida de Mara no Hospital Municipal de João Pinheiro dizendo que a menina era deles.
A bebê estava ferida na cabeça e precisou ficar hospitalizada. Os médicos do hospital desconfiaram da versão e pediram a mulher para fazer exames, porque ela não aparentava ter ganhado um bebê recentemente. A Polícia Militar foi acionada.
Enquanto os militares registravam a ocorrência, eles receberam a informação que uma mulher de 23 anos estava grávida de 8 meses e tinha desaparecido. Familiares de Mara relataram que ela morava junto com a suspeita do crime.
A suspeita foi chamada para depor e confessou que a recém-nascida não era dela e disse que não sabia onde a mãe da criança estava. Segundo a mulher relatou aos militares, a última vez que ela viu a desaparecida foi no bairro Água Limpa, onde as duas teriam se encontrado com uma amiga em comum.
Essa terceira mulher, segundo a versão da suspeita, teria feito o parto da jovem. Ela teria chegado com a criança nos braços e pedido ajuda, pois a menina estaria machucada. A suspeita chamou o marido, e os dois a levaram para o hospital.
À Polícia Civil, a suspeita confessou o crime e disse que queria ficar com a menina. Pelo Facebook, ela já forjava uma gravidez postando fotos com sapatinho de bebê. A mulher afirmou que agiu sozinha e confessou que a versão contada para a Polícia Militar era falsa.
Ela disse à Polícia Civil que atraiu Mara para o terreno baldio, a dopou com álcool, a amarrou no tronco e usou uma faca de cozinha para abrir a barriga e roubar a criança.
A criança havia sido roubada por Angelina Ferreira, de 40 anos, que matou a mãe depois de fazer o parto em uma área de reserva próxima à BR-040, em João Pinheiro. O crime foi descoberto depois que ela chegou ao hospital dizendo que a recém-nascida era dela.
Por Isabella Melano - OTempo
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