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Saúde Saúde pede socorro!

Audiência Pública revela o caos na Saúde de Sete Lagoas

O HNSG foi obrigado fechar 50 leitos, três andares que atendiam pacientes do SUS após diminuição do valor do contrato com o município

31/05/2016 às 11h08 Atualizada em 31/05/2016 às 11h18
Por: Redação Fonte: Da Redação
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Audiência Pública revela o caos na Saúde de Sete Lagoas

A Audiência Pública que discutiu a média e alta complexidade da Saúde Pública de Sete Lagoas E REGIÃO atendeu o requerimento  n°599/2016 a pedido do vereador Marcelo da Cooperselta.

Estiveram presentes o deputado Estadual Douglas Melo, o Secretário de Saúde de Sete Lagoas (Cláudio Busu), os vereadores Milton Martins, Euro Andrade, Claudio Caramelo, Alcides longo, Presidente da Câmara Fabrício Nascimento, Marli de Luquinha e Gilberto Doceiro. A audiência contou também com a presença de vários prefeitos da região, Felipe Toledo HNSG, Fernanda Tanuri CISMISEL, representantes da superintendência regional de saúde e da Secretaria de saúde de Paraopeba.

O autor do requerimento da Audiência Pública Marcelo da Cooperselta, deu inicio aos trabalhos dando a palavra para o deputado Douglas Melo.

Douglas Melo disse estar preocupado com a desassistência da rede pública de Saúde em Sete Lagoas, segundo ele, a saída de Sete Lagoas do consórcio de Saúde CISMISEL, afetou bastante os atendimentos na cidade. Douglas disse também que a renegociação da prefeitura com o HNSG onde o valor do contrato de prestação serviços diminuiu consideravelmente, está afetando diretamente os atendimentos aumentando ainda mais o acúmulo das demandas no Hospital Municipal que já não suporta devido á estrutura da unidade.

O deputado lamenta a saída de Sete Lagoas da CISMISEL, segundo ele, a prefeitura de Sete Lagoas está sendo incoerente, sempre precisou dos serviços da entidade e agora coloca a culpa das dívidas que tem nas contas da CISMISEL.

“O governo do Estado mesmo com tantas dificuldades vem realizando repasses para a saúde de Sete Lagoas, quanto ao Hospital Regional, o governo informou que não vai repassar dinheiro para obra, a prefeitura pede em média 30 milhões a mais que o valor da obra”, disse o deputado Douglas Melo.

CISMISEL

O prefeito de Jequitibá e presidente da CISMISEL Humberto Reis, disse ter enviado para a prefeitura de Sete Lagoas ofícios pedindo a quitação da divida com o consórcio e não obteve resposta, os médicos deixaram de atender os pacientes mesmo com outros municípios estando em dia. O presidente disse que após a saída de Sete Lagoas, o consórcio teve que adequar, diminuindo os atendimentos com vários pacientes setelagoanos perdendo o controle nos tratamentos. O CISMISEL atende somente 30% de sua capacidade, Humberto Reis afirmou que a nova unidade do consórcio custou 1 milhão e meio e que é lamentável estar funcionando somente 30% de sua demanda total, e de outro lado, a população clamando por saúde. “Estamos abertos para o diálogo, espero que o prefeito Marcio Reinaldo reveja o situação e que Sete Lagoas volte para o consórcio, Sete Lagoas perdeu em média 4 mil procedimentos por mês, e isso está fazendo falta para a população”, disse o presidente da CISMISEL Humberto Reis.

Os prefeitos presentes criticaram bastante não só a saída, mas também a dívida que o município de Sete Lagoas tem com o consórcio. O prefeito de Inhaúma Zula, disse que se os municípios não se unirem, a saúde para a população tende a piorar ainda mais, na oportunidade o prefeito também pediu que o prefeito Márcio Reinaldo reveja seu posicionamento diante do CISMISEL.

HNSG

O superintendente do HNSG (Hospital Nossa Senhora das Graças) Felipe Toledo, disse que a Irmandade é a maior prestadora de serviços dos atendimentos de média e alta complexidade da região, segundo ele, o HNSG vem mantendo uma parceria com a prefeitura de Sete Lagoas desde 2013, mas neste ano de 2016 o município de Sete Lagoas, renegociou o contrato diminuindo o valor de repasse para o hospital onde houve uma diminuição drástica nos atendimentos de pacientes do SUS, com a diminuição do valor do contrato, o HNSG foi obrigado fechar três andares, ou seja, 50 leitos que estavam disponíveis para os pacientes do SUS agora estão ociosos.

Todos os repasses do Estado e União são depositados para a prefeitura para que seja repassado para o hospital, segundo o superintendente, os depósitos são efetuados na data correta, mas o repasse teve um atraso de mais de um mês para a Irmandade, ele acredita que possa ser algo relativo as mudanças que vem acontecendo na Saúde.

O vereador Euro Andrade disse que a prefeitura de Sete Lagoas, gasta hoje em média de 33% de seu orçamento em saúde no município, mais que o dobro exigido pela União, Euro foi categórico em afirmar que existem desvios nas redes públicas de saúde, segundo ele, hospitais públicos gastam três vezes mais que os particulares.

A Secretária de Saúde de Paraopeba Márcia disse que não são os municípios que oneram a saúde de Sete Lagoas, e sim a má gestão, segundo a secretária, a prefeitura de Sete Lagoas questionou 18% das consultas marcadas no CISMISEL, afirmando que as consultas seriam para outros municípios, utilizando esse argumento para não efetuar o pagamento ao consórcio, Márcia disse que se houve algo errado, partiu da própria Secretaria de Saúde de Sete Lagoas, todas as consultas marcadas são feitas com senhas de pessoas que trabalham na Central de Marcação da cidade. Márcia disse ainda que se 88% das consultas estão dentro da legalidade, então que seja pago o que acham que está certo.

Secretário de Saúde

O Secretário de Saúde de Sete Lagoas Cláudio (Busu), começou sua fala justificando a ausência do Prefeito Marcio Reinaldo que estaria em Brasília em busca de recursos para a cidade. O secretário disse que independente da relação com o CISMISEL, faz o compromisso de dialogar com os municípios e tranqüilizar os prefeitos em relação aos atendimentos na cidade.

Sobre boatos de possíveis unidades que seriam fechadas em Sete Lagoas, Claudio Busu disse que somente ele tem a prerrogativa de falar sobre a saúde, seu telefone está á disposição para qualquer informação, evitando assim especulações com boatos sem fundamentos.

O secretário reconhece que o HNSG historicamente presta serviços relevantes a pessoas carentes de toda região.

O secretário afirma que o Hospital Municipal possui funcionários efetivos e também presta um ótimo serviço na cidade, e que a unidade não pode ser fechada passando todos os serviços para o HNSG. Segundo o secretário, Sete Lagoas gasta hoje em média, R$925 mil reais por mês em atendimentos para os municípios da região, a UPA tem um gasto de 9 milhões e grande parcela dos atendimentos vem de cidades vizinhas.

Quanto ao contrato com HNSG, o secretário disse que o primeiro contrato com a Irmandade no ano de 2013 iniciou com o valor de R$20 milhões de reais, o último firmado com o município chega a R$43 milhões de reais, 28% do orçamento, com o achatamento a receita da saúde caiu para 21% comprometendo ainda mais a saúde financeira da secretaria. Claudio Busu, disse que vai conversar com o conselho da Irmandade para definir trabalhos em busca de um melhor atendimento a população.

Participações

A presidente da associação do bairro Cidade de Deus Alda Alves Pereira, utilizou a participação na audiência para dizer que os pacientes em Sete Lagoas não estão conseguindo fazer exames básicos de sangue, quanto mais exames de alta complexidade, segundo ela, pacientes tem enfrentado fila a partir de uma hora da madrugada e ainda não conseguem fazer os exames.

Silvana Ferreira moradora do bairro Nova Cidade, disse que seu marido faz hemodiálise, segundo ela, o marido ficou impossibilitado de realizar as seções devido a falta de insumos básicos na saúde como curativos, após estar do sistema SUS fácil, o mesmo agora realiza o tratamento na cidade de Curvelo, ao solicitar a secretaria de saúde de Sete Lagoas uma ambulância para transportar o paciente até outra cidade, foi informada que não tinha ambulância disponível. O paciente de Sete Lagoas utiliza uma ambulância da cidade de Santana de Pirapama que passa pela cidade e vai até Curvelo.

A servidora da saúde Glória, em uma fala emocionada, pede que a Secretaria de Saúde consiga pelo menos medicamentos básicos, segundo ela a saúde não tem nenhuma condições de trabalho.

O conselheiro de saúde Enaldo Marques, afirmou que pelo menos 4 óbitos ocorreram devido a falta de assistência aos pacientes de oncologia na cidade.

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