A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 20, a segunda fase da Operação Ross, que tem como objetivo investigar suposta propina paga pelo do Grupo J&F, entre 2007 e 2014, ao senador Aécio Neves (PSDB). São cumpridos 3 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao política mineiro na capital mineira.
A reportagem do jornal O Tempo esteve num desses endereços, no Bairro Sion, que seria da residência da mãe do senador, e flagrou a chegada de duas viaturas da Polícia Federal, que se juntaram a seis policiais federais que já se encontravam no local. Ninguém da corporação falou com a imprensa.
Além da mãe, o primo do senador, Frederico Pacheco e uma empresa de comunicação que seria de Frederico em sociedade com a irmã do político, a jornalista Andrea Neves. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, após solicitação da Polícia Federal.
A primeira fase fez deflagrada no dia 11 de dezembro e fez buscas em endereços ligados ao senador, à irmã dele, Andréa Neves, e ao deputado federal Paulinho da Força (SD-SP).
Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam os R$ 100 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, em troca dos recursos financeiros, Aécio teria prometido favorecimentos em um eventual governo presidencial (2015 a 2018) além de influência junto ao governo estadual de Minas Gerais, neste caso, com o objetivo de viabilizar a restituição de créditos tributários.
Ross faz referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato a assessoria do senador que informou que irá se posicionar em nota posteriormente. (Com Estadão Conteúdo).
Por Isabella Melano e Júlio Rezende - OTempo
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