Atendendo a requerimento dos vereadores Pr. Alcides (PP) e Renato Gomes (PV), o secretário municipal de Saúde, Cláudio Figueiredo, esteve na Câmara Municipal, durante a Reunião Ordinária dessa terça-feira (16). Busu foi acionado para esclarecer situações acerca do estado de calamidade decretado pelo município recentemente.
O gestor fez um panorama do cenário atual da saúde e disse que espera com o decreto de calamidade “abrir possibilidade de vir recurso novo. Estou contingenciando para preservar a população de Sete Lagoas”. O secretário lamentou uma dívida acumulada do Estado com o município da ordem de R$ 10 milhões.
A busca por atendimento “cresceu assustadoramente”, de acordo com o secretário o que piorou depois que a capital parou de receber pacientes de Sete Lagoas. “Belo Horizonte recebia antes de 30 a 40 pacientes por mês, agora são 12”. A crise vivida pelo país foi apontada como culpada por descapitalizar União, Estado e consequentemente o município que passa dificuldade para honrar com os compromissos.
Participação dos vereadores
Autor do requerimento, Pr. Alcides foi o primeiro a se manifestar e reforçou que tem havido um debate constante sobre a crise e que é o “momento de discutir e dar vez e voz ao município para esclarecer a população”, concluiu. O vereador Gonzaga (PSL) questionou se não há nenhuma lei que tornasse políticos do executivo inelegíveis por não repassarem recursos em tempo hábil. O vereador questionou também sobre o aumento da arrecadação do município nos últimos anos divulgado pela prefeitura.
Marcelo Cooperseltta (PMDB) descordou da fala do secretário e afirmou que “foram feitos três acordos que não foram cumpridos pela prefeitura”, se referindo a tratativas junto a Irmandade Nossa Senhora das Graças. Cooperseltta continuou dizendo que “é muito fácil colocar a culpa no governo Federal e no governo estadual” e “a saúde pede socorro. Não está tudo bem na saúde”, completou.
O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira Orçamentária e de Tomada de Contas, Milton Martins (PSC), assim como Gonzaga, cobrou coerência do secretário porque, de acordo com o vereador, “houve aumento na receita sim”. A fala de Martins está embasada nas contas do 1° quadrimestre apresentadas pela prefeitura na Câmara. “Se está arrecadando mais não tem calamidade, tem é falta de gestão”, opinou.
Milton Saraiva (PP) e Euro Andrade (PP) também participaram e manifestaram sobre o assunto. Como médico, Euro lamentou a tabela abaixo do mercado paga pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em procedimentos. Para o parlamentar são valores “aviltantes” e que inviabilizam as instituições de saúde.
Caramelo (PRB) encerrou a participação dos vereadores e destacou o diálogo aberto mantido pelo atual secretário de saúde. O vereador justificou sua assinatura no requerimento que instaurou a CPI porque “estava acontecendo desencontro de informação”, sugerindo um jogo de empurra entre Irmandade e prefeitura. “A gente conversa com hospital o erro está na prefeitura. A gente conversa com a prefeitura e o erro está no hospital”, completou.
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