Diante das condições precárias de muitas casas nos aglomerados mineiros – as vilas e favelas abrigam mais de 600 mil pessoas em todo o Estado –, o governo vai repassar R$ 2,9 milhões aos municípios para ações de acolhimento e isolamento de moradores com casos suspeitos ou confirmados da Covid-19.
Os valores serão encaminhados após sugestão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Conforme o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAO-Saúde), Luciano Moreira, o objetivo da medida é reduzir a transmissão do coronavírus em ambientes de vulnerabilidade social e também a necessidade de leitos da rede pública para internação.
“São considerados como fator limitante do isolamento pela alta densidade demográfica e o grande número de pessoas que coabitam num mesmo ambiente. Promover formas de isolamento para as populações vulneráveis constitui-se em importante medida de saúde pública, para controlar a disseminação da doença”, declarou no pedido.
As ações de acolhimento têm como público alvo pessoas com sintomas leves da doença e que não possuem condições de isolamento adequado nas residências. De acordo com o MPMG, casos suspeitos e confirmados serão encaminhados para quarentena mínima de dez dias em hotéis contratados pelo poder público e com infraestrutura adequada.
O acordo prevê ainda uma mobilização de líderes comunitários e religiosos, além de instituições com atuação nos aglomerados, para conscientizar a população e identificar pessoas com suspeitas da doença.
Municípios selecionados
Para receber os recursos, foram selecionadas as cidades com mais de 150 mil habitantes e taxa de incidência de casos maior ou igual a 50% da média estadual. Entre os municípios que vão receber a verba, estão Belo Horizonte (R$954.586,60), Betim (R$166.949,20), Contagem (R$252.264,90) Divinópolis (R$90.527,40), Governador Valadares (R$106.356,30), Ipatinga (R$100.095,80), Juiz de Fora (R$216.171,74), Montes Claros (R$155.549,58), Poços de Caldas (R$63.610,86) e Uberlândia (R$262.695,90).
Na capital mineira, os bairros que abrigam aglomerados e favelas já registraram mortes pelo coronavírus. É o caso do Alto Vera Cruz, na região Leste, com sete óbitos. Também há confirmações na Cabana Pai Tomás (11 mortes), Conjunto Taquaril (5 mortes) e Vila Barragem Santa Lúcia (1 óbito).
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