Um homem de 27 anos foi preso suspeito de agredir a companheira até a morte, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. A mulher, da mesma idade, chegou a ir ao hospital e ser medicada, mas não resistiu e morreu no local na noite de domingo (17).
De acordo com a Polícia Civil, naquela noite, houve um desentendimento entre o suspeito e a vítima. Em seguida, ela disse que se sentia mal e foi acompanhada por uma amiga ao hospital. Ela seria liberada depois de receber medicação, mas acabou vomitando e desmaiando no centro de saúde, morrendo pouco depois.
De acordo com a delegada Adriana das Rosa Neves, titular da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) em Santa Luzia, a equipe médica do local identificou lesões externas características de agressão na mulher. Com isso, a Polícia Civil foi acionada.
“Ao examinar o corpo, o médico-legista também identificou lesões sugestivas de morte violenta. A Delegacia de Homicídios ouviu familiares e testemunhas, ficando comprovado que o casal tinha uma relação conturbada, marcada por agressões mútuas, e que a vítima já havia sido vista com lesões e hematomas”, conta a delegada.
A partir das informações levantadas, a equipe policial localizou o companheiro da vítima na casa da mãe dele, próxima à residência onde o casal morava. O homem, que possui registro policial por roubo e porte de arma, foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio no fim da tarde dessa segunda-feira (18).
“Ele nega que tenha agredido a vítima. As investigações continuam. Hoje nós localizamos roupa dela com manchas de sangue, que serão analisadas, mas todos os indícios indicam que as agressões, de fato, partiram dele”, pontua a delegada.
Ainda segundo a Polícia Civil, testemunhas e familiares narraram episódios de agressões entre o suspeito e a companheira. A delegada Adriana Neves também que a própria vítima não contou à equipe do hospital que teria sido agredida, o que pode ter prejudicado seu atendimento.
“A orientação é procurar sair desse tipo de relação, tentar se afastar do agressor. E caso não consiga, que esse casal procure ajuda. É uma relação que precisa ser tratada. A tendência é que a violência vá aumentando e chegue num ponto de levar a vítima a óbito. A violência doméstica é um problema social, não é puramente de polícia, então as pessoas que estão próximas precisam, sim, preservar a vida”, conclui.
Caso você seja vítima ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:
Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
Ponto de Acolhimento e Orientação à Mulher em Situação de Violência: avenida dos Andradas, 3.100, no Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.
Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.
Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Em 2015, a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/15) juntou-se à Lei Maria da Penha na construção do empoderamento das mulheres em conjunto com as políticas públicas criadas para prevenir e punir atentados, agressões e maus-tratos.
As alterações trazidas pela Lei do Feminicídio imputaram mais severidade nas penas para crimes praticados nos casos de violência doméstica e familiar e de menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Com Agência Brasil
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