A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu um inquérito para investigar um caso que tem causado sérios transtornos a um casal de idosos, proprietários de uma hamburgueria em Matozinhos. A família está vivenciando dias de terror após se tornar alvo de uma fake news que os aponta como ganhadores do prêmio de R$ 127 milhões da Mega-Sena, sorteado no último sábado (21).
A notícia falsa, divulgada por um vizinho da família via WhatsApp logo após a Caixa Econômica Federal confirmar que o prêmio saiu para uma aposta em Matozinhos, se espalhou rapidamente. Desde então, o casal, de 60 e 69 anos, tem recebido uma série de ameaças, incluindo ofertas para compra de fazendas, pedidos de dinheiro e até mesmo ameaças de sequestro.
O idoso, de 69 anos, relata que a situação tem impactado diretamente sua saúde. “Estou fazendo monitoramento de pressão, que está quase 18 por 11. Todo dia minha pressão está só subindo”, desabafa. Ele conta que já foi abordado por estranhos oferecendo negócios, mesmo após negar ter ganhado o prêmio.
Sua esposa, de 60 anos, expressa o desgaste emocional e o medo. “Estou um caco com esse negócio. Tive ameaça de sequestro, sim, de bandidos de Ribeirão das Neves”, revela. Ela conhece o vizinho responsável pela disseminação da mentira desde a infância e critica a irresponsabilidade da “brincadeira”. “Ele falou que é um experimento social”, conta a idosa, que procurou a Polícia Civil.
Autor da fake news minimiza impactos e diz que “ajudou a impulsionar o negócio”
O vizinho que criou e divulgou a fake news, em entrevista à Itatiaia, afirmou que a intenção era “testar a inocência e a maldade das pessoas”, reconhecendo que a fofoca tomou uma proporção inesperada. Apesar das consequências negativas para a família, ele minimiza a situação e acredita que “daqui duas semanas nós vamos rir muito disso”. Ele ainda alega estar ajudando a desmentir a fofoca e, de forma controversa, sugere que a notícia falsa “ajudou a impulsionar o negócio da família, que vende sanduíches na cidade”.
A Polícia Civil informou que, até o momento, não houve conduções à delegacia relacionadas ao caso, mas as investigações prosseguem para identificar e responsabilizar os envolvidos na disseminação da mentira. A família, por sua vez, registrou Boletim de Ocorrência e estuda processar o autor da calúnia, buscando justiça diante do impacto devastador em suas vidas.
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