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Quase metade das estradas do Brasil é ruim ou péssima

Segundo especialista, rodovias de Minas Gerais seguem mesmo caminho, e tendência é piorar

31/07/2018 às 15h29 Atualizada em 31/07/2018 às 15h34
Por: Redação
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Sem condições. BR–251, a principal estrada do Norte de Minas, acumula 130 mortos desde 2015
Sem condições. BR–251, a principal estrada do Norte de Minas, acumula 130 mortos desde 2015

Quase metade das rodovias federais e estaduais do país está em condições ruins ou péssimas. De 195,2 mil quilômetros analisados pela pesquisa “Projeções para a infraestrutura de logística de transportes no Brasil”, da Fundação Dom Cabral, 45,3% precisam urgentemente de mais investimentos. Apesar de não haver dados específicos de Minas Gerais, para o consultor em transporte e trânsito Silvestre de Andrade Puty Filho, o Estado, que tem a maior malha rodoviária do Brasil, apresenta condições parecidas.

É nesse cenário que Minas Gerais encerra o mês de férias escolares, com saldo de pelo menos 38 acidentes, 52 mortos e mais de 200 feridos, conforme levantamento realizado pela reportagem. O balanço final ainda será divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar Rodoviária (PMRv).

Entre os motoristas, as BRs 381 e 251 são as que têm mais reclamações. Os motivos são trechos com pistas simples, pouca sinalização e má conservação do asfalto. “A cada dia a situação só piora, é má sinalização e buracos sem fim. Já perdi a esperança de duplicarem a BR–381. Tomo cuidado, mas só uma proteção maior para cuidar da gente, porque o Estado já esqueceu”, desabafou o caminhoneiro Elias Figueiredo, que roda cerca de 10 mil quilômetros por mês pela estrada. 

Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 54% dos acidentes com vítimas nas rodovias federais do país ocorreram em pistas simples de mão dupla, no ano passado. Ainda de acordo com o órgão, o índice de mortes em 2017 nesse tipo de pista a cada cem acidentes foi 14,3 – duas vezes maior do que em trechos de pista dupla com canteiro central.

“A BR–381 deveria ter sido duplicada há 20 anos, os carros evoluíram, e as estradas, não”, pontuou Silvestre Andrade. Apesar da necessidade, a duplicação de rodovias em Minas está longe de ser uma realidade. Dos 6.397 km administrados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), somente 101 km são duplicados – cerca de 1,57%. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que, dos 2.321,9 km de estradas privatizadas no Estado, 1.077 km são duplicados.

Outro lado. Sobre a BR–381, entre Minas Gerais e o Espírito Santo, o Dnit informou que, mesmo após cinco anos do projeto de duplicação da estrada, ainda não há previsão de conclusão. Isso porque alguns lotes estão em estudo de viabilidade – o que pode indicar a necessidade de revisão de licença ambiental. 

O valor previsto para o empreendimento era de R$ 2,7 bilhões em 2013 – quando ocorreram as licitações. O Dnit solicitou R$ 510 milhões em Orçamento para 2018. No entanto, segundo a pasta, foram disponibilizados R$ 228 milhões, dos quais R$ 103 milhões foram efetivamente aplicados.

Privatizados

Aprovação. De acordo com pesquisas da Associação Brasileira de Rodovias Concedidas (ABCR), o índice de satisfação dos usuários das rodovias concedidas é de 64,4%. 

Brasil é o pior em logística, diz estudo

A pesquisa “Projeções para a infraestrutura de logística de transportes no Brasil” mostrou que o país ocupa a última posição em eficiência logística entre as 20 principais nações do mundo. E a perspectiva não é de melhora no cenário. O estudo evidenciou que, até 2035, a tendência é de deterioração permanente nas estradas do país, uma vez que os investimentos programados pelo governo federal não são suficientes para promover uma melhoria acentuada nas estradas. “Se o passado nos assombra, o futuro não é melhor”, analisa o coordenador do Núcleo de Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, em artigo enviado à reportagem pela fundação. 

A solução, segundo ele, passa por investimento no longo prazo associado a agendas políticas imediatistas. “Em 2025, a metade do tráfego rodoviário estará operando em condição instável ou forçada. Em 2035, esse percentual vai a quase 60%”, pontua.

Números

BR– 251. A principal estrada do Norte de Minas acumula 130 mortos em 1.061 desastres desde 2015. O saldo chega a 1.198 feridos, conforme a PRF.

Melhoria. O Dnit informou que está fazendo ações de manutenção na BR–251 entre Montes Claros e a BR–116. Em julho, oito pessoas morreram e 80 ficaram feridas em um engavetamento com 11 veículos em Franciso Sá, no Norte do Estado.

Por Aline Diniz e Letícia Fontes - OTempo

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