Cinco pessoas foram presas pela Polícia Civil, entre estas quinta (25) e sexta-feiras (26), suspeitas de armazenar e compartilhar vídeos pornográficos de crianças e adolescentes. Dentre os detidos estão um fisioterapeuta e um finlandês naturalizado brasileiro, de 78 anos.
Os mandados foram cumpridos em Belo Horizonte e Betim, na Região Metropolitana da capital. Nos celulares e computadores dos homens foram encontrados cerca de 3.000 arquivos de vídeos e fotos contendo imagens que envolviam vítimas até de 4 e 5 anos de idade.
A delegada Helenice Cristina Batista Ferreira, responsável pela investigação, disse que os membros do grupo não têm ligação entre si e que os crimes eram cometidos de forma independente. Há cerca de três meses foram monitorados os I.P.s (identidades) dos computadores e celulares dos presos, devido ao volume de compartilhamento de conteúdo.
“Nós fazemos um acompanhamento sistemático, contínuo e diário. Neste caso em específico, não houve nenhuma denúncia. Este já é um trabalho investigativo que a Polícia Civil desenvolve”, contou a investigadora.
Em Belo Horizonte, os mandados foram cumpridos nos bairros Jaqueline, na região Norte, Diamante, na região do Barreiro, Aparecida, na região Noroeste e Paquetá, na Pampulha. Apenas o detido de Contagem já tinha passagem pela polícia por crime sexual contra menores.
Segundo a delegada, outras quatro pessoas ainda são investigadas e podem ser presas posteriormente. Dos quatro detidos em flagrante, um pagou fiança e já foi liberado.
“Nós cumprimos nove mandados de busca e apreensão. Cinco pessoas foram identificadas no local em situação de flagrância e foram encaminhadas pra delegacia. Um deles foi indiciado por armazenamento de conteúdo pornográfico, o que enseja a prática de fiança”, explicou.
Brinquedos
Os investigadores acreditam que as pessoas detidas não cometiam crime de estupro e que não havia vítimas específicas. Policiais que trabalham em delegacias de menores consideram, contudo, que a pornografia infantil pode ser um primeiro degrau numa escada que termina no estupro de vulnerável em si.
Esta é a linha de investigação que está sendo usada para investigar um homem de Contagem. Ele não foi preso pois não houve flagrante no imóvel dele, mas chamou a atenção das delegadas o fato de no imóvel onde só vivem adultos ter um quarto de criança.
“Um dos locais alvos monitorados tinha um quarto com brinquedos e na casa só tinha pessoas adultas. Morava um casal, um homem e uma mulher, os indícios indicam que ele seja suspeito”, afirmou Ferreira.
A pena para possuir vídeos pornográficos de menores vai de um a quatro anos de prisão e o compartilhamento de conteúdo vai de um a seis anos. O número de vídeos e fotos é indiferente para configurar crime.
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