Sete Lagoas recebe nesta quinta-feira (7) a primeira edição do “Povos de Axé: Roda de Diálogo contra a Intolerância Religiosa e pela a Democracia”. O evento vai reunir dirigentes e participantes dos templos de Umbanda e Candomblé da cidade com autoridades de vários segmentos para discutir a temática. O Povos de Axé está previsto para ter início às 19h, no Centro Espírita de Umbanda Pai Oxalá (Rua Nossa Senhora de Fátima, 237, Bairro Progresso).
A intolerância religiosa é considerada crime no Brasil desde 1989, quando foi criada a Lei 7.716, com pena de reclusão e multa. Entretanto, o preconceito e atitudes intolerantes continuam ocorrendo e muitas vezes não são denunciados devido às vítimas não terem conhecimento ou mesmo por medo de maiores retaliações.
Com o aumento do número de casos de intolerância contra as religiões de Matriz Africana em Sete Lagoas, a Associação da Resistência Afro-brasileira Centro Espírita de Umbanda Pai Oxalá Sete Lagoas (Araceuposl) decidiu unir os terreiros da cidade para fazer valer seus direitos: “Nós resolvemos fazer este encontro para escutar a sociedade civil, escutar os dirigentes de terreiros, as suas dificuldades e unir mais. Todos unidos contra a intolerância religiosa e mostrar para a sociedade, para o poder judiciário, executivo e legislativo que os nossos direitos devem ser garantidos”, explica o Pai de Santo, presidente da Associação e estudante de Direito, Fábio Paiva.
“No Brasil, nós estamos vivendo um governo muito perigoso, um momento muito escuro, que incita a violência, que incita o ódio. As nossas políticas públicas sofreram muito retrocesso, estão querendo tirar tudo que é de nosso direito. Nós estamos sofrendo muita retaliação, principalmente a comunidade de matriz africana. Não temos observado o quanto os terreiros do Rio de Janeiro estão passando por problemas gravíssimos de perseguição por causa dos dogmas religiosos e para gente isso é muito grave. Aqui em Sete Lagoas não está muito diferente disso. Existem terreiros aqui que estão sendo violentados, tendo seus direitos violados, só que isso não vem a público”, completa.
Foram convidados a Polícia Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros Militar, a Guarda Municipal, a Delegacia Atendimento à Mulher, Orientação e Proteção à Família, o prefeito Duílio de Castro, o presidente da Câmara Municipal, Cláudio Caramelo, a secretária de Educação e Cultura, Rosilene Alves, o Conselho Municipal de Promoção da Igualmente Racial (Compir), a 7ª Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos, o Juizado Especial (JESP), a Comissão de Igualdade Racial da OAB/MG, a Gabinetona Belo Horizonte e o Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab).
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