Morreu, na madrugada desta segunda-feira (3), mais um paciente internado em Belo Horizonte com sintomas de intoxicação por dietilenoglicol – substância tóxica encontrada pela perícia da Polícia Civil em lotes de bebidas da Cervejaria Backer. João Roberto Sales, de 74 anos, permaneceu internado no Hospital Madre Teresa, no bairro Gutierrez, na região Oeste da capital mineira. A informação do óbito foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais nesta manhã e, com isso, chega a 5 o número de mortos por suspeita de intoxicação pela cerveja em Minas Gerais. O corpo do paciente está no Instituto Médico Legal (IML).
À reportagem, o filho dele contou que o pai se sentiu mal há algum tempo e precisou ser internado há aproximadamente 15 dias. Muito abalado pela morte trágica, o advogado completou apenas que a família tenta, agora, resolver os trâmites legais para buscá-lo no IML. Segundo ele, a situação é ainda mais complicada por estar relacionada com a cerveja contaminada.
O idoso teria apresentado o mesmo quadro sintomático de outros pacientes após ingerir cervejas da Backer – ao todo, 41 lotes das bebidas estariam contaminados. Entre as principais características da intoxicação por dietilenoglicol estão o aparecimento de problemas renais, até insuficiência completa, e alterações neurológicas, como cegueira parcial e completa.
Ao todo, há 30 casos de intoxicação pela substância sendo investigados em Belo Horizonte. Ainda não se sabe se João Roberto Sales está entre esses casos suspeitos para a contaminação. Quatro pessoas não resistiram à gravidade do estado de saúde e morreram entre dezembro e o mês de janeiro. Um dos óbitos está entre os quatro casos em que foi confirmada a presença de dietilenoglicol no sangue – trata-se de um bancário aposentado de 55 anos, internado na Santa Casa de Juiz de Fora, na Zona da Mata, que morreu em 7 de janeiro.
Além dessa substância tóxica, que a Backer nega usar em seu processo de produção da cerveja, também foi encontrado monoetilenoglicol em amostras colhidas da bebida na própria empresa. Não apenas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que está envolvido na força-tarefa para investigar o caso, declarou ter encontrado o dietilenoglicol também na água da fábrica da Backer, na região Oeste de Belo Horizonte. A empresa responsável por fornecer o monoetilenoglicol para a Backer (o líquido anticongelante é usado em tonéis de cerveja) também está sob investigação.
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