A cada dia, novos casos de coronavírus surgem em todo o país e, com isso, o medo de se repetirem cenas de países como França e Itália, com prateleiras vazias e falta de insumos básicos nos supermercados -- com a pandemia, governos locais passaram a orientar as pessoas a estocarem alimentos e produtos de higiene em casa. Mas em Minas Gerais, conforme a Associação Mineira de Supermercados (Amis), não há risco de desabastecimento e a população pode se tranquilizar.
É o que garante o presidente da entidade, Antônio Claret Nametala. “Não percebemos aumento na procura durante o fim de semana e o risco de faltar alimentos é praticamente zero. O único problema que temos percebido nas drogarias e supermercados é a falta de álcool em gel, que já está sendo resolvido para normalizar a situação e não ter aumento de preços”, explica.
O dirigente afirma ainda que o mercado está abastecido e a recomendação é não estocar produtos. “Neste momento, não vemos necessidade disso. O excesso de procura pode provocar distorções nos preços. O Brasil não corre o risco de ver situações de falta de itens a exemplo de papel higiênico e alimentos básicos, como ocorre lá fora”, alertou. Em muitos países da Europa, o fechamento das fronteiras e restrição de circulação também dificulta a reposição nos estabelecimentos.
A Amis lembra que a aglomeração nas lojas e mercados favorece a proliferação do vírus. “A corrida aos supermercados não é aconselhável”, frisou Claret.
Ceasa também não sente impacto
Responsável pelo abastecimento de mais de 12 milhões de pessoas no estado, a CeasaMinas informou em nota que “ainda é cedo para falar em algum impacto do coronavírus no mercado”. Segundo a central, os números dos últimos dias mostram que a oferta de produtos está normal.
Temor nas ruas
Mesmo com as recomendações, a diarista Sueli Linhares, de 58 anos, teme um panorama pior. “Já estou pensando em comprar mais alimentos como arroz, feijão e açúcar. Estou com medo de chegar numa situação em que não vamos mais poder sair de casa”, conta.
Com três filhos pequenos e o marido em tratamento com quimioterapia, Cíntia* também vai se precaver. “Estou fazendo estoque. A escola dos meninos já não vai ter aula a partir de quarta-feira. Não vou ficar saindo de casa, já encerrei todas as atividades, tranquei a academia”.
O taxista Luis Gustavo, de 41 anos, vê falta de conscientização das pessoas que reservam comida. “Ninguém próximo a mim falou que vai estocar, mas se falar eu tiro da cabeça de quem fizer”, enfatiza. Essa também é a opinião da serviços gerais Geni de Souza, de 62 anos. “Se todo mundo fizer a sua parte, não vai prejudicar ninguém”, lembra.
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