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Manutenção de filas: o que mais tem levado pessoas a banco

Especialmente na Caixa Econômica Federal, FGTS e auxílio emergencial são dois dos motivos mais relatados, com aglomerações registradas

16/04/2020 às 09h24
Por: Redação Fonte: OTempo
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Agências da Caixa têm registrado longas filas nesta semana - Foto: Cristiane Mattos/O Tempo
Agências da Caixa têm registrado longas filas nesta semana - Foto: Cristiane Mattos/O Tempo

Um dos cenários mais vistos neste tempo de enfrentamento da pandemia do coronavírus é o de filas em bancos. Enquanto a semana passada ficou marcada por saques de salários e pagamentos de contas, esta tem registrado outros motivos para levarem um grande volume de pessoas às agências. As filas extensas despertam a atenção. 

Com o aumento dos casos de Covid-19 em março e as consequentes medidas para conter o avanço da doença, segmentos do comércio sofreram inúmeras restrições. Isso tem causado demissões, o que leva muitas pessoas às agências da Caixa Econômica Federal para dar entrada no processo de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 

Na agência da Caixa na avenida Abílio Machado, localizada no bairro Alípio de Melo, não foi diferente. Na manhã dessa quarta (15), por volta das 9h, a reportagem contabilizou cerca de 200 pessoas à espera de atendimento, muitas delas em função do FGTS. Em alguns pontos da fila, na extensão da avenida, foi possível observar um distanciamento entre as pessoas. No entanto, ao dobrar o quarteirão, na rua Gramado, havia uma proximidade maior entre os clientes. 

"Tem uns 15 dias que fui demitida. Sem serviço, fica difícil. Como o lugar que a gente trabalha teve que fechar, nosso patrão liberou muita gente. Agora é receber o FGTS. Ontem eu vim aqui bem cedo, mas faltaram uns documentos", comenta Claudineia Pereira, de 34 anos, quinta pessoa da fila, que trabalhava numa empresa que operava uma lanchonete na Faculdade de Medicina da UFMG. Ela chegou na fila por volta das 5h, sendo a agência abre as portas às 10h.

Muitas vezes, a necessidade e até a falta de informação têm levado pessoas às agências bancárias, formando aglomerações. O primeiro na fila da Caixa na Abílio Machado chegou por volta de 0h. O pedreiro Douglas Ferreira, de 31 anos, madrugou para buscar atendimento. Questionado sobre o motivo da ida, comentou ter ouvido sobre o auxílio emergencial, anunciado na última semana pelo governo federal, e que tinha ido para ver se teria direito.

"O trabalho está parado. Eu entro em casa de família, não tem como. Tenho dois filhos pra cuidar, pago aluguel, vai me ajudar demais", conta Ferreira, que alegou que possuía uma conta na Caixa, mas não tinha feito nenhum cadastro antes, nem pelo site, nem pelo aplicativo.

Mesmo cenário

O auxílio emergencial e o saque do FGTS foram os principais motivos que levaram pessoas a enfrentar filas na Caixa, segundo relatos observados pela reportagem. Em uma agência do banco na rua Tupinambás, na região central de Belo Horizonte, o mesmo cenário foi observado. Desempregado há sete meses, Edson Soares, de 41 anos, mora com a esposa e três filhos e contou ter ido também pelo auxílio do governo federal.

"O dinheiro chega numa hora boa porque tenho criança em casa e as coisas já começaram a faltar. O dinheiro chega para dar um suporte. Há sete meses, fui demitido de uma empresa em que trabalhava, e até hoje eles não pagaram a gente. Vinha prestando uns serviços particulares. Lá em casa, estamos nos adequando à realidade, cortando gastos", relata Edson. 

Os relatos também se estenderam a uma agência da Caixa na rua Carijós, próximo à praça Sete. "Fui demitido semana passada. Vim olhar FGTS, PIS e seguro-desemprego. Pego uns 'bicos' por fora, e isso pode me ajudar agora. A situação tá complicada demais", disse Cláudio, de 59 anos, que trabalhava numa serralheria. O auxílio emergencial também tomou casos na agência, com pessoas que ainda estão em processo de análise, mas que, mesmo assim, buscam unidades presenciais para conferir se conseguiram.

"Trabalho duas vezes por semana, antes era a semana toda. Tenho uma filha de 10 anos, pago prestação de casa e sou sozinha pra cuidar dela. Como o pai dela não me ajuda nem paga pensão, minha renda é com os meus trabalhos de diarista. Tenho que escolher entre uma conta e outra. Agora em abril, tenho conta de luz pendente. Se o auxílio não der certo, tenho que correr atrás de alguma forma de ganhar dinheiro", relata a diarista Iêde Gomes, de 37 anos, que também tem sofrido os impactos da pandemia do coronavírus.

Organização

Especialmente nas agências da Abílio Machado e da Carijós, as pessoas estavam organizadas com um distanciamento mínimo entre elas. Isso foi possível com marcações de fitas no chão, tudo ainda dentro do campo de visão dos funcionários da Caixa. No entanto, ao virar o quarteirão, as filas apresentavam pessoas próximas, sem um distanciamento de segurança entre elas. Na fila da agência da Abílio Machado, por exemplo, a reportagem contou cerca de 200 pessoas por volta das 9h, sendo que o atendimento começaria às 10h.

No último dia 7, um decreto baixado pelo prefeito Alexandre Kalil e publicado no "Diário Oficial do Município" determinou que o atendimento ao público realizado no interior dos bancos precisa ter estrito controle de acesso, como tem ocorrido. E, ainda, que agências bancárias precisam adotar medidas para organizar filas na área externa, de forma que elas respeitem uma distância mínima de 1 m entre cada cliente.

Procurada pela reportagem, a Caixa não tinha dado retorno até a publicação desta matéria.

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