O impacto do novo coronavírus na economia brasileira é indiscutível, mas até que o governo contabilize o desemprego e outros estragos por conta da pandemia, o que fica cada vez mais evidente pelos números oficiais é que a Covid-19 está longe de ser apenas uma “gripezinha” como dito outrora pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em Minas, a doença causada pelo novo coronavírus acaba de ultrapassar nesta terça-feira (12) o número de mortos registrados durante todo o período chuvoso no Estado nos últimos cinco anos.
Enquanto 126 pessoas perderam suas vidas desde 2015 em tristes cenas de destruição, deslizamentos, inundações e enxurradas e outros problemas devido aos temporais no Estado, em um período de apenas 43 dias desde a confirmação do primeiro óbito pela doença em Minas, a Covid-19 causou 127 mortes.
As baixas na “guerra” contra novo coronavírus também são significativas em relação a outro inimigo bem conhecido dos mineiros - a dengue -, que matou 183 pessoas no Estado em 2019.
Neste ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) contabiliza apenas cinco óbitos pela doença, número 25 vezes menor que o de mortes por Covid-19.
MATOU MAIS QUE OS ACIDENTES
A comparação da mortalidade da doença causada pelo novo coronavírus em nível nacional com as estatísticas de acidentes, também evidencia o quanto avassaladora tem sido a Covid-19 no país.
Com as quarentenas e a redução no fluxo de veículos, o volume acidentes nas estradas federais caiu 28%. Porém, com a atual média diária de 202 óbitos e taxa de letalidade de 6,8%, a Covid-19 se transformou numa nova “rodovia da morte” no Brasil.
As mais de 11,5 mil mortes confirmadas pela doença no país já supera, por exemplo, o total de pessoas que faleceram em acidentes nas BRs durante 2018 e 2019 (10.601), conforme dados do Painel de Acidentes Rodoviários da Confederação Nacional de Transportes (CNT).
COMPARAÇÕES ‘PIPOCAM’ NA WEB
Ainda na letra fria dos números, pelas redes sociais começou a pipocar comparações da mortalidade da Covid-19 com outras tragédias recentes no Brasil como o rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, que deixou oficialmente 259 mortos, além do incêndio da boate Kiss, em 2013, em Santa Maria (RS), que matou 242 pessoas.
O elevado e crescente número de mortes causadas pelo novo coronavírus também é recorrentemente comparado a desastres aéreos que comoveram o país nos últimos 15 anos como, por exemplo, a queda do avião da Lamia, com a delegação da Chapecoense, na Colômbia, em 2016, que deixou 71 mortos.
Outras tragédias também voltam à memória dos brasileiros como a queda do avião da TAM, em 2007, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que matou 199 pessoas. E, também, do Boeing 737 da Gol, que voava de Manaus para o Rio de Janeiro, em setembro de 2006, e se despedaçou no ar após se chocar com um jato Legacy, tirando a vida de seus 154 ocupantes.
