Minas tem uma fila de 4.700 pais que querem adotar e 570 crianças e adolescentes à espera de um lar. No entanto, esse número persiste devido a exigências superficiais. De acordo com a presidente do Centro de Educação e Profissão (Colmeia), Maria Vânia Magalhães, o desafio maior é que os pretendentes à adoção querem sempre bebês de pele clara, cabelos lisos e olhos claros, quando, na verdade, a maioria das crianças é parda.
“Esse engessamento de perfil hoje é um grande dificultador para adoção”, disse. A presidente reitera que a burocracia para adoção foi reduzida com a criação do Cadastro Nacional de Adoção.
Segundo Maria Vânia, a saúde mental dessas crianças e adolescentes também é um tema importante. Ela afirma que muitos que estão nos abrigos não são visitados há mais de um ano. Diante disso, o Colmeia investe para fornecer a eles toda estrutura necessária para que vivam bem.
Dentro do centro são oferecidos escola, tratamentos psicológicos, terapias ocupacionais, aulas de ballet, natação e futebol. “Mas no final, o que todos eles querem é uma família. É uma questão até, eu diria, humanitária. Por que não se entregar à cultura do amor e abrir mão da adoção tardia em prol de tantas crianças e jovens que estão aí nesses abrigos brasileiros?”, questionou.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem, aproximadamente, 47 mil crianças e adolescentes em situação de acolhimento no Brasil. Desse total, 9.500 menores estão no Cadastro Nacional de Adoção. A criança passa a constar na lista somente depois que falharem várias tentativas de recolocá-la na família de origem.
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