A Polícia Civil do Rio abriu um inquérito para investigar a fala da pastora Karla Cordeiro, conhecida como Kakau, durante uma pregação em Nova Friburgo que repercutiu nas redes sociais nesta semana. Nas imagens, Kakau, que integra a igreja Sara Nossa Terra, diz que os fiéis devem parar de levantar bandeiras políticas, de pessoas pretas e gays.
"A nossa bandeira é Jeová Nissi, é Jesus Cristo, ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay. Para. Posta a palavra de Deus que transforma vidas", diz a mulher durante a pregação.
Aconteceu em Nova Friburgo. Vejam a pregação dessa pastora, aonde ela declara ser "um absurdo" ver pessoas levantando "bandeiras pretas" e LGBTQIA+.
— Renzo Carvalho (@_doblues) August 2, 2021
Segundo ela, a solução para pessoas que defendem causas antirracistas e anti-lgbtfobia, é a "conversão" ao cristianismo. pic.twitter.com/ySLZzPWGXg
Em entrevista ao G1, o delegado Henrique Pessoa, da 151ª DP, disse que há um teor "claramente racista e homofóbico" na fala de Kakau. O crime de intolerância tem pena de 3 a 5 anos de reclusão.
Após a repercurssão do vídeo, Karla Cordeiro se manifestou nas redes sociais e pediu desculpas pelos termos usados durante a pregação.
"Fui infeliz nas palavras escolhidas e quero afirmar que não possuo nenhum tipo de preconceito contra pessoas de outras raças, inclusive meu próprio pastou é negro, e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da minha, pois sou próxima de várias pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+", afirmou.
Na nota, Karla diz que a intenção era afirmar a necessidade de focar em Jesus Cristo e reproduzir seus ensinamentos. Ela reforçou que os termos que usou não expressam a opinião de seu pastor nem da igreja.
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