A Polícia Federal iniciou, na manhã desta terça-feira (7), uma operação que investiga o suposto desvio de R$ 130 milhões em contratos com gráficas que imprimiam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ao todo, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo a investigação realizada pela PF, servidores públicos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) estariam envolvidos no esquema de corrupção. A operação Bancarrota é realizada junto à CGU (Controladoria-Geral da União).
A Justiça Federal determinou o sequestro de R$ 130 milhões das empresas e pessoas físicas envolvidas. Ao todo, 127 policiais federais e 13 auditores da CGU cumprem a operação. Os envolvidos são suspeitos dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro.
De 2010 a 2018, o Inep contratou para realizar o Enem uma gráfica que recebeu o total de R$ 728,60 dos cofres públicos nesse período. Os contratos não observavam as normas de licitação.
Durante a apuração do caso, descobriu-se que servidores do instituto estavam envolvidos com diretores da empresa e com empresas de consultoria subcontratadas pela multinacional. Os contratos sob investigação totalizaram um pagamento de R$ 880 milhões às empresas desde 2010.
Do total, calcula-se um superfaturamento de cerca de R$ 130 milhões para fins de comissionamento da organização criminosa. Tal organização é composta por empresários, funcionários das empresas envolvidas e servidores públicos.
O inquérito estima um enriquecimento ilícito de R$ 5 milhões dos servidores do Inep suspeitos de participar da organização criminosa. A pena pelos crimes investigados pode ultrapassar a 20 anos de cadeia.
Com Polícia Federal
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