Turi protocolou 23 ofícios na Seltrans alertando sobre a falta de equilíbrio econômico e nenhum deles foi respondido

Conforme publicado pelo Site Mega Cidade, a Turi anunciou o fim de linhas rurais e redução de horários/ linhas urbanas em Sete Lagoas.

A reportagem conversou com o gerente da Turi, Danilo Walker.  Segundo ele, a empresa tem um prejuízo de R$ 1,5 milhão por mês, prejuízo esse acumulado em R$ 19 milhões no período da pandemia.

Danilo disse ainda que a empresa solicitou à Secretaria Municipal de Trânsito (Seltrans), auxílio no custeio da operação do transporte público na cidade, mas o pedido não obteve resposta.

Diante das dificuldades enfrentadas pela Turi na operação do Transporte Público em Sete Lagoas, a mesma notificou a Seltrans informando o fim de 5 linhas rurais: Lontra, Lontrinha, Fazenda Velha, Silva Xavier e Catavento.

Reunião da Câmara de Sete Lagoas

Na Reunião da Câmara Municipal de Sete Lagoas, na manhã desta terça-feira (15), no momento das comunicações pessoais, a vereadora Heloísa Frois disse que quem está sendo prejudicada agora é a população, inclusive os estudantes das comunidades, como é o caso da Lontra e Barreiro.

Segundo ela, o problema caracteriza uma falta de gestão pública. “Quantas pessoas estão prejudicadas! O que falta de verdade é uma boa-vontade, respeito com o cidadão, com todas as pessoas que precisam do transporte público para trabalhar e estudar.”, pondera Heloísa Frois.

A vereadora disse que a Turi protocolou 23 ofícios na Seltrans e nenhum deles foi respondido. “É a mesma coisa do contratante virar as costas e falar ‘se vira, o problema é seu!’ E isso não pode acontecer de maneira nenhuma! Vamos acompanhar isto muito de perto, porque além desta suspensão das linhas, possivelmente acontecerão demissões na empresa, onde pais e mães perderão a sua renda e o modo de sustentar a sua família. É isso que queremos para Sete Lagoas?”, questiona Heloísa Frois.

Ela defendeu a realização de uma audiência pública para colocar a Turi, o Executivo e o Legislativo juntos para buscar uma solução, a fim de que a população tenha o seu direito garantido pela Constituição Federal.

Intervenção de outros vereadores

Nesta mesma manhã, o líder do prefeito, vereador Ivan Luiz e os vereadores Ismael Soares, Roney e Ivson reuniram com o gerente da Turi, Danilo Walker, para tentar sanar o problema das linhas que atendem a Lontrinha, Lontra, Catavento, Fazendinha Pai José, Fazenda Velha, Silva Xavier e Estiva.

De acordo com o vereador Ismael Soares será marcada uma reunião com o Executivo Municipal, visando a solução da questão. “Estamos empenhados, trabalhando e buscando uma solução, a fim de que os usuários não fiquem sem assistência.”, ressaltou.

O que diz a Prefeitura de Sete Lagoas

O Site Mega Cidade também enviou questionando para a Seltrans para saber qual o posicionamento da Secretaria frente a problemática.

A Prefeitura de Sete Lagoas não confirmou se foi ou não notificada 23 vezes pela Turi. Em nota ela afirma que uma possível paralisação do transporte público na área rural de Sete Lagoas é um boato por parte de vereadores de oposição, mas isso não procede, uma vez que o próprio gerente da Turi, Danilo Walker, confirma o envio das notificações para a Seltrans e a suspensão das referidas linhas do transporte público.

CONFIRA A NOTA DA PREFEITURA NA ÍNTEGRA:

Com a publicação nas redes sociais de boatos sobre uma eventual paralisação do transporte coletivo público em regiões rurais do município de Sete Lagoas, nesta segunda-feira, 14, o prefeito Duílio de Castro fez questão de tranquilizar a população, principalmente das comunidades de Catavento, Silva Xavier, Lontra, Fazenda Velha, entre outras. 

De acordo com Duílio de Castro, isso não vai acontecer. "A Turi tem um contrato a cumprir. A população sabe que nos últimos meses o reajuste do combustível foi alto. Entendemos isso. Agora, parar de atender a nossa população, isso jamais aceitaremos. O problema é que tem vereador de oposição que só quer espalhar terrorismo. O transporte público não vai parar", garantiu o prefeito.

Seltrans

Em ofício endereçado à gerência da Turi na manhã desta terça-feira, o secretário municipal de trânsito e transporte Wagner Oliveira lembrou que o artigo 15, inciso I, do Decreto Municipal 3.145/2005, que institui o regulamento operacional do serviço de transporte coletivo do Município, determina que é responsabilidade da concessionária cumprir o regulamento, o contrato de concessão, em especial as ordens de serviço de operação e demais normas regulamentadoras de sua atividade.

"Além disso, o Contrato Administrativo de Concessão nº NLC/059/2016, firmado entre o Município e a Turi, cujo objeto é a prestação e exploração de serviços de transporte coletivo convencional de passageiros, determina em sua Cláusula 7ª que, durante o prazo de concessão, a concessionária deverá cumprir com os termos por ela apresentados no processo licitatório, com as especificações e condições que integram o edital de licitação e o Regulamento Operacional do Serviço de Transporte Coletivo do Município de Sete Lagoas", reiterou o secretário.

Ainda de acordo com Wagner Oliveira, está claro que é obrigação da concessionária cumprir com as ordens de serviço emitidas no início de sua operação, que englobam as linhas Fazenda Velha (013), Silva Xavier (014), Lontra (017) e Catavento (033). "As regiões atendidas pelas referidas linhas detêm população suficiente para a operação dos coletivos. Assim sendo, atualmente não existem justificativas plausíveis para a paralisação pleiteada, devendo o atendimento a essas regiões ser mantido em pleno funcionamento", finalizou o secretário.