Uma escola particular de Varginha, no Sul de Minas, se retratou nesta quinta-feira (28) depois de um episódio de blackface ser publicado nas redes da instituição. No post, feito ontem (27), uma professora aparece vestida de “bonequinha preta”, em alusão a um livro infantil escrito pela autora belo-horizontina Alaíde Lisboa de Oliveira.
Na caracterização, a docente aparece vestindo uma blusa preta de mangas longas, uma peruca que simula cabelo black power, além de ter o rosto pintado com uma tinta marrom. Pais de alunos logo condenaram a atitude do colégio, que apagou a publicação após as críticas.
“Isso é inadmissível, ainda mais vindo de um colégio. Atitudes como essa não me representam, considerando meus privilégios de mulher branca”, escreveu uma pessoa no post.
Reprodução/Redes sociais
Nesta quinta-feira (28), a direção do Colégio dos Santos Anjos publicou um pedido de desculpas à comunidade escolar. “A Direção reitera que não tolera quaisquer atitudes de discriminação e que a atividade teve por objetivo ilustrar a personagem da obra literária, sem qualquer ideia ofensiva ou discriminatória”, diz a instituição.
Ainda segundo a escola, o objetivo da atividade era “ilustrar a personagem da obra literária, sem qualquer ideia ofensiva ou discriminatória”. Um procedimento investigativo interno foi instaurado para investigar o caso.
Apesar da retratação pública, muitas pessoas continuaram a tecer críticas à escola pelos comentários. “Racismo é racismo. Blackface é racismo. Quem diz isso é a sociedade preta que se sente profundamente ofendida a atos como este”, escreveu uma pessoa.
“Um pedido de desculpas vazio e feito as pressas não anula que o mais provável é que o assunto vai ser abafado e não discutido. Uma pessoa que tenha a vivência do racismo na pele leu esse pedido de desculpas e realmente achou que vale de algo? Ou mais um branco pediu desculpas por um ato que é propenso a fazer de novo?”, comentou outro internauta.
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O termo “blackface” (“rosto negro”, em português) faz referência a uma prática racista que ajuda a reforçar estereótipos atribuídos a pessoas negras na sociedade. O blackface surgiu nos Estados Unidos, no século XIX, quando atores brancos assumiam papéis de pessoas negras – pintando o rosto com tintas e até carvão – em peças teatrais.
Lissa dos Passos e Silva, mestre em História pela UFF (Universidade Federal Fluminense), explica em sua dissertação “Preto na cor e branco nas ações’: Representações raciais no teatro de revista. O caso da peça Seccos e Molhados, 1924” a origem da prática.
“Como personagens negras eram representadas por atores brancos, eles pintavam suas peles de preto; destacavam olhos e lábios e representavam pretensos comportamentos e trejeitos da população negra de modo exagerado. Com isso, expressava-se um esforço de ridicularizar e de produzir; repetir e fixar estereótipos da população negra da época”, escreveu a pesquisadora.

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