
Escolas cheias, reencontro com os colegas, aulas presenciais e possibilidade de diálogo com os professores e a turma. Após dois anos de atividades remotas, o cenário parece animador para quem sentiu falta do contato pessoal e da convivência. O maior problema, na avaliação de especialistas, é retomar a educação como um futuro possível para os estudantes e recuperar as condições de aprendizado e de envolvimento com o ambiente escolar.
A evasão na rede pública é uma questão histórica, especialmente no ensino médio, etapa em que muitos adolescentes começam a trabalhar e a ter que assumir responsabilidades financeiras dentro de casa. Segundo pesquisadores da área, a pandemia aprofundou esse problema e evidenciou as desigualdades já existentes.
Dados do Censo Escolar de 2020 mostram que mais de 50 mil estudantes do ensino médio de instituições públicas abandonaram os estudos em Minas Gerais. Isso representa quase 8% dos matriculados. No ano anterior (2019), esse número foi de cerca de 32 mil jovens. As desigualdades já existentes foram, então, aprofundadas.
Aos 17 anos, Priscila Brito, estudante do ensino médio da Escola Estadual Santo Antônio, em Miraí, município da Zona da Mata mineira, percebeu que o ensino remoto não tinha reflexos apenas no aprendizado dela e de seus colegas. Dentro de casa, as atividades a distância exigiam ainda mais apoio da família dos alunos. No entanto, grande parte dos pais e responsáveis dela e de outros alunos que viveram a mesma situação não era sequer alfabetizada.
“Vimos que o abandono e a consequente evasão escolar iam muito além de o aluno simplesmente estar desmotivado ou estar passando por vulnerabilidades econômicas. Fizemos uma pesquisa com a população e concluímos que uma parcela dos pais que não tinham certo grau de instrução não incentiva seus filhos a progredirem nos estudos”, conta Priscila, que hoje tem 18 anos.
Para minimizar esse impacto e as chances de abandono escolar, ela e duas amigas elaboraram um projeto que busca tanto diminuir a evasão quanto o número de pessoas analfabetas em Miraí. “Conseguimos alfabetizar 100% dos inscritos no curso de Alfabetização e Letramento de Jovens e/ou Adultos", afirmou.
A iniciativa, que envolveu oito alunos, foi desenvolvida ao longo da jornada Empower, do programa Crie o Impossível, com o apoio de professores, poder público e parceria com a iniciativa privada. O Crie o Impossível é promovido desde 2018, com foco em alunos do ensino médio de escolas públicas. O objetivo é que jovens participantes assistam à “aula mais inspiradora” de toda a trajetória deles, realizada pela ONG Embaixadores da Educação, correalizada pelo Sebrae, com apoio do Grupo Sada.
Despertar interesse pela educação
Priscila Brito participou da edição de 2021, que tinha como tema pensar em alternativas para reduzir a evasão. Em 2022, um dos maiores desafios é garantir o engajamento dos estudantes com a escola em um contexto pós-pandemia.
“É como se tivéssemos regredido duas décadas na educação nesse período de isolamento. O desafio, como um todo, é a escola ser interessante para o jovem, para que ele goste de participar daquele ambiente. Nós não temos que ficar convencendo o adolescente de que a escola é um bom espaço. É com bons projetos e iniciativas que ele vai querer se manter estudando”, avalia a fundadora e CEO da Embaixadores da Educação, Guilhermina Abreu, que coordena também o Crie o Impossível.

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