Policiais civis de Roraima, além de agentes do estado de São Paulo, deflagraram a terceira fase da Operação Bull Trap, que combate uma organização criminosa que realiza fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro. Uma das pessoas envolvidas, moradora de Sete Lagoas, foi presa semanas atrás.
A ação aconteceu na terça-feira (29). Agentes identificaram alvos na capital Boa Vista; segundo a Polícia Civil roraimense, foram apreendidos aparelhos eletrônicos, documentos, e uma RAM 1500. De acordo com as investigações, dois dos alvos são irmãos donos de uma empresa de exportação de alimentos que teriam recebido em apenas dois meses R$ 10 milhões, valor incompatível com a atividade econômica declarada da empresa. Não houve presos.
Na quinta-feira passada (24), ocorreu a segunda fase da operação em duas cidades mineiras: Sete Lagoas e Juiz de Fora, na Zona da Mata. De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, o autor preso em Sete Lagoas foi encontrado com anabolizantes sem registro sanitário e uma arma de fogo irregular, sendo detido por crime contra a saúde pública e porte ilegal de arma de fogo.
A Operação Bull Trap é conduzida Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) da polícia judiciária paulista, localizada em São José dos Campos. Tudo começou através de uma pessoa que registrou boletim de ocorrência de estelionato em falso investimento, típico de pirâmide financeira. “Identificamos centenas de vítimas que depositavam valores com a promessa de retorno financeiro, o que jamais aconteceu”, relatou o escrivão da PCSP Lucas Monteiro.
Os criminosos montavam empresas e as punham em nome de laranjas para receberem os valores: “Muitas delas em situação de vulnerabilidade, como usuários de drogas e moradores de rua”, completa o escrivão. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) mapeou o fluxo financeiro até chegar nos envolvidos do caso.
Foram bloqueados mais de R$ 1,1 bilhão em bens e valores dos investigados nos estados de São Paulo, Minas e Roraima. “Não descartamos novos desdobramentos, inclusive em Roraima, com o possível envolvimento de outras empresas. Caso haja avanço, essas informações serão compartilhadas com a Polícia Civil local para continuidade das investigações”, finaliza o escrivão Lucas Monteiro.
O nome Bull Trap refere-se a um movimento de alta enganoso no mercado, onde os investidores são induzidos a comprar, acreditando que uma tendência de alta está prestes a começar, mas o mercado reverte e cai. Essa armadilha causa prejuízos aos investidores que entram na posição comprada com base nesse falso sinal de alta.
com informações de Polícia Civil de Roraima
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