Descoberta de cavernas não citadas em estudo gera embargo de mineradora em Prudente de Morais
Fiscalização localizou cinco cavidades “facilmente identificáveis” omitidas nos estudos ambientais da Sandra Mineração, em Prudente de Morais
11/06/2025 às 12h52
Por: Redação
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Caverna na Fazenda Escrivânia (Foto Alex Aguerry)
Estudadas no passado por Peter Lund, considerado o "pai da paleontologia brasileira", cavernas da fazenda Escrivânia, em Prudente de Morais, na região Central de Minas Gerais, estão sendo ameaçadas pela mineração de calcário. Após uma fiscalização identificar cinco cavidades que não foram listadas nos estudos espeleológicos apresentados durante o licenciamento ambiental, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) embargou parcialmente as atividades da Sandra Mineração.
Estudadas no passado por Peter Lund, considerado o "pai da paleontologia brasileira", cavernas da fazenda Escrivânia, em Prudente de Morais, na região Central de Minas Gerais, estão sendo ameaçadas pela mineração de calcário. Após uma fiscalização identificar cinco cavidades que não foram listadas nos estudos espeleológicos apresentados durante o licenciamento ambiental, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) embargou parcialmente as atividades da Sandra Mineração.
O professor de geografia Eduardo Teixeira destaca o valor científico da região, conhecida como "Maciço de Escrivânia", que é reconhecida por sua relevância espeleológica, arqueológica e paleontológica. "A Fazenda Escrivânia é um verdadeiro laboratório a céu aberto. Oferece uma experiência educacional única, permitindo que estudantes vivenciem a história e a ciência de forma prática. Considerar a região sob a perspectiva científica revela sua relevância paleontológica e arqueológica, especialmente devido aos achados do naturalista dinamarquês Peter Lund, que fez do Brasil o seu campo de estudo principal. Lund explorou mais de 800 cavernas, coletando cerca de 12.000 peças fósseis, das quais 40% foram retiradas da Escrivânia”, afirmou.
Procurada, a mineradora alegou, por nota, que as cavidades não tinham sido identificadas à época dos estudos, argumentando ainda que as cavidades ficam fora da Área Diretamente Afetada (ADA) da mina e que não haverá intervenção na região do maciço. Apesar disso, segundo o documento da fiscalização, uma estrada construída para escoar o calcário extraído na mina passa a cerca de 20 metros de parte das cavidades, classificadas como "facilmente identificáveis".
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