Outro setor estratégico da IVECO, que tem planta em Sete Lagoas, também foi adquirido nessa quarta-feira (30): a IVECO Defence Vehicles (IDV) foi arrematado pela empresa italiana Leonardo por € 1,7 bilhão. O grupo indiano Tata Motors adquiriu a fábrica de utilitários.
Segundo a mídia especializada, o setor de defesa foi desmembrada da IVECO Group (responsável pela fabricação de veículos pesados, utilitários e ônibus) em fevereiro deste ano e já estava na alça de mira para ser adquirida pela Leonardo desde novembro de 2024. Com a venda, a marca se torna líder europeia em defesa terrestre. “A aquisição da Iveco Defence é um passo fundamental no desenvolvimento da nossa estratégia de crescimento para apoiar a implementação completa do nosso plano industrial”, disse, em comunicado para a imprensa Roberto Cingolani, CEO e Gerente Geral da Leonardo. “A transação consolida nossa posição como um player-chave no setor europeu de defesa terrestre, um mercado caracterizado por fortes perspectivas de crescimento futuro”, completa.
No Brasil, a IDV tem contratos com o Exército Brasileiro para a produção de viaturas e utilitários blindados como o Guarani e o Guaicurus, fabricados em Sete Lagoas desde 2014. O projeto dos veículos serve para modernização da força armada, investindo em viaturas anfíbias com diversas funções, que vão desde o transporte de soldados, combate, posto de comando e socorro.
A aquisição da IVECO Defence está sob análise dos órgãos reguladores e tem prazo de conclusão para 31 de março de 2026.
Empresa italiana, que tem como acionista majoritário o Ministério da Economia daquele país, produz tecnologias e manufaturas nos setores aeroespacial, defesa e segurança, atuando em 150 países e com receitas na casa de € 17,8 bilhões. Em outubro de 2024, a Leonardo assinou uma joint-venture com a alemã Rheinmetall AG para a criação de uma empresa especializada em produção de blindados de combate na Europa.
O movimento é considerado um retorno do Velho Continente na corrida por rearmamento e desenvolvimento de tecnologias, já que seu principal parceiro no setor, os Estados Unidos, não pretendem investir a longo prazo na OTAN, aliança do Atlântico Norte. Esta também é uma resposta à Rússia, que há cerca de quatro anos mantém uma guerra contra a Ucrânia e mesmo com sanções aplicadas pela União Europeia, não perdeu força.
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