Na noite desta quarta-feira, 6 de agosto, a região da Avenida Cornélio Viana, no bairro São Francisco, em Sete Lagoas (MG), foi palco de mais um episódio de queima de fogos com estampido durante a transmissão do jogo entre Atlético e Flamengo. O barulho intenso, que começou por volta das 21h20, causou pânico em moradores e, sobretudo, em animais de estimação.
Uma das vítimas foi Negona, uma cadela resgatada há cinco anos, que vivia com sua tutora no 4º andar de um prédio no bairro. Apesar de toda a proteção instalada na varanda do apartamento, o pânico provocado pelo som dos fogos levou o animal a romper a tela de segurança e se jogar. Ela não resistiu à queda.
Negona era conhecida por sua história de superação. Após ter sido resgatada em situação de vulnerabilidade, conseguiu recuperar a confiança nos seres humanos graças a um processo de cuidado, carinho e acompanhamento constante. Nos últimos 13 meses, viveu sob proteção no bairro São Francisco, onde os fogos com estampido são frequentes em dias de jogos. No entanto, ninguém esperava o uso de artefatos ruidosos em uma noite de quarta-feira.
O caso reacende o debate sobre a regulamentação do uso de fogos com barulho, que representam sérios riscos não apenas a animais domésticos, mas também a crianças, idosos e pessoas com hipersensibilidade sonora, como autistas. Moradores da região cobram ações do poder público para coibir práticas que colocam em risco vidas e o bem-estar coletivo.
“Negona não era apenas uma cachorra. Era parte da família. Seu medo custou sua vida”, lamentou a tutora.
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