Um grupo de ex-prefeitos de cidades médias e pequenas de Minas Gerais iniciou uma articulação para disputar, em bloco, cadeiras na Câmara dos Deputados nas eleições de 2026. A estratégia, segundo apurou O Fator, é reunir nomes com histórico de gestão local em um único partido, aproveitando o capital político acumulado nos municípios — e tendo o discurso municipalista como bandeira comum.
O movimento ainda é embrionário, mas já soma seis ex-prefeitos e uma suplente de deputada federal.
Na última semana, o grupo se encontrou em um restaurante da zona Sul de Belo Horizonte para uma primeira conversa presencial. Participaram do jantar Duílio de Castro (Sete Lagoas), Neider Moreira (Itaúna), Beto Guimarães (São José do Goiabal), Duarte Júnior (Mariana), André Merlo (Governador Valadares), Julvan Lacerda (Moema) — que também presidiu a Associação Mineira de Municípios (AMM) — e Kátia Dias, ex-deputada federal e irmã do deputado estadual Noraldino Júnior (PSB).
A principal dificuldade apontada pelos articuladores é furar a bolha da reeleição, dominada por deputados com mandato, que contam com estruturas robustas, emendas parlamentares e redes organizadas de apoio.
“Hoje, a disputa é desproporcional. Um deputado com mandato tem milhões em emendas à disposição, enquanto o ex-prefeito entra com o próprio nome e capital político local”, explicou Julvan Lacerda, que tem liderado parte das articulações.
A ideia é concluir a formação do bloco até setembro ou outubro. Até lá, não haverá definição partidária, embora já haja aproximação informal com presidentes de legendas.
“Estamos conversando com outros ex-prefeitos, buscando ampliar o grupo. Já houve convites, mas não abriremos negociação com nenhuma sigla enquanto não definirmos o tamanho e o perfil dessa frente”, disse Julvan.
Apesar de não haver ainda definição sobre nomes com maior densidade eleitoral, os integrantes defendem que a lógica do grupo não é de disputa interna, mas de apoio mútuo. O objetivo é que, mesmo que apenas um ou dois candidatos sejam eleitos, atuem como representantes do conjunto.
“Deste grupo, aquele que se eleger dará retaguarda política aos demais, principalmente nas demandas que surgirem nas cidades de origem dos ex-prefeitos”, completou o ex-presidente da AMM.
O discurso que unifica a articulação é o da defesa do municipalismo, bandeira que ganhou força na gestão de Julvan à frente da AMM. A expectativa é que o arranjo consiga atrair outras lideranças com trajetórias semelhantes.
Fonte: O Fator
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