Especialistas de várias áreas da saúde estiveram reunidos, nesta sexta feira (20), na Câmara Municipal, para debater estratégias e iniciativas inovadoras da assistência as famílias e aos pacientes com alzheimer, diabetes e câncer. A Audiência Pública foi requerida pelo vereador Gilson Liboreiro (PSL) que conduziu os trabalhos e falou do objetivo que é buscar “iniciativas, propostas e experiências”.
O presidente da Câmara, Cláudio Caramelo (PRB), abriu a sessão e parabenizou o colega pela iniciativa. “Que a gente tenha um dia de grandes debates e propostas”, desejou Caramelo. Em nome do Executivo o vice-prefeito Duílio de Castro falou dos desafios em gerir a saúde do município em um momento de grandes dificuldades. “É um absurdo o governo do Estado se apropriar dos recursos dos municípios. Estamos fazendo o que é possível dentro dos recursos que nós temos”, disse ao lamentar a dívida de aproximadamente R$ 70 milhões do Estado com o município.
Palestras
A enfermeira especialista em câncer, Tamara Fugueiredo, foi a primeira a explanar e passou um panorama sobre o tratamento da doença em Sete Lagoas que oferece tratamento cirúrgico e quimioterápico. “Os pacientes de radioterapia são encaminhados para Belo Horizonte”, informou. O principal tipo da doença nos homens é o câncer de próstata enquanto que o de mama é o que se desenvolve na maioria das mulheres.
A especialista engrossou o coro sobre a falta de repasses dos governos estadual e federal e foi taxativa ao dizer que R$ 247 mil não está custeando a oncologia do Hospital Nossa Senhora das Graças. Ainda de acordo com ela, o governo federal informou que não há previsão de repasse. “O que podemos fazer para melhorar isso? Estou aberta a sugestões”, pontuou.
O médico urologista, Hélio Machado, falou sobre o câncer de próstata que ataca, só em Minas Gerais, aproximadamente 65 homens a cada mil habitantes, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Machado citou ainda fatores de risco para a doença.
O histórico de casos na família aumenta o risco entre as pessoas. “Se um homem na família tiver o câncer de próstata os demais familiares têm duas vezes mais chances de desenvolver a doença”. Uma dieta rica em legumes, porém, pode diminuir as chances de a pessoa desenvolver o tumor.
O mestre em psiquiatria, Rodolfo Ladeira, palestrou sobre alzheimer que é uma enfermidade incurável e que se agrava ao longo do tempo. A doença pode e deve ser tratada. Se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar seu avanço.
A nutricionista Pauline Moura foi a última a palestrar e classificou o diabetes como uma “epidemia”. De acordo com dados apresentados pela mestre em nutrição, em 2015, cinco milhões de pessoas no mundo morreram por causa da doença que mata uma pessoa a cada seis segundos.
Pauline falou também sobre o início da doença causado pela elevação da glicose no sangue. Uma alimentação saudável e equilibrada é a principal aliada no controle da doença que não tem cura.
Representando as entidades de atendimento, Carla Juliana, do Projeto Acolher, sugeriu uma parceria maior com a oncologia do HNSG porque “vocês recebem o paciente e a gente recebe a família que também fica adoentada”. Juliana se colocou inteiramente à disposição para novos encontros e ações.
Participação dos vereadores
Como sugestão o vereador Ismael Soares (PP) falou em acionar gestores da saúde de toda a região para cobrar uma maior participação daqueles que encaminham pacientes para Sete Lagoas. “Se a pessoa toma um tiro em Diamantina é encaminhada para o (Hospital) Municipal, se acontecer em Paraopeba, a mesma coisa. Então, é preciso cobrar uma maior participação”.
Combativo, como de costume, Milton Martins (PSC) chamou de “calote” a dívida de mais de R$ 70 milhões do governo do Estado com o município que não tem data para ser quitada. O vereador lembrou de Audiência Pública onde o Executivo apresentou os gastos durante o 3° quadrimestre do último ano para pontuar que: “é preciso melhorar muito, mas estamos fazendo o nosso dever de casa”, definiu Milton.
Depois das palestras várias dúvidas foram tiradas e esclarecimentos foram feitos para ações efetivas sobre os temas abordados. Por fim, o presidente da sessão, vereador Gilson Liboreiro, compilou as várias propostas apresentadas e prometeu que “esse assunto não para por aqui”. O vereador vai propor novas sessões para um acompanhamento mais próximo dos trabalhos.
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