A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) deverá disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Segundo uma fonte próxima ao governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), novas costuras para a corrida eleitoral deste ano colocam a petista como postulante a deputada federal e não ao Senado como foi pensado primeiramente. Segundo a fonte, essa decisão se deu por dois motivos: deixar a vaga para o Senado na chapa livre para fazer composições com outros partidos e arrecadar um maior volume de recursos para o fundo partidário. “Dilma será a deputada mais votada no país. Com isso, ela garante mais cadeiras na Câmara, que é a base de cálculo para o fundo partidário, que é essencial para qualquer legenda. Essa é a estratégia”, explicou a fonte.
De acordo com o interlocutor, o restante da chapa seria com o governador na disputa para a reeleição, para vice-governador o empresário Josué Alencar (PR) e nas vagas para o Senado o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Adalclever Lopes (MDB) e o jornalista Carlos Viana (PHS).
No entanto, essa composição não é consenso dentro do PT mineiro. Isso porque outras candidaturas já vinham sendo construídas para disputar as duas vagas para o Senado a que Minas tem direito. Além do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), duas mulheres querem a indicação para ser um dos nomes da coligação que deve ser formada por PCdoB e PT para a disputa. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB) e a deputada estadual Marília Campos (PT) colocaram seus nomes à disposição dos correligionários para a formação da chapa. Em toda a história, Minas só teve uma representante mulher no Senado. Foi Júnia Marise, eleita pelo PDT para cumprir o mandato no período entre 1991 e 1998.
Durante a caravana do ex-presidente Lula pelo Estado, em outubro do ano passado, a possível candidatura de Dilma por Minas ganhou força. Na época, de passagem pelo município de Periquito, em entrevista exclusiva à rádio Super Notícia FM e ao jornal O TEMPO, Lula confirmou que a presidente deposta seria candidata nas eleições deste ano. Mas Lula teria se referido a um posto no Senado e não na Câmara dos Deputados. No entanto, havia deixado no ar se a vaga seria por Minas. Na caravana pelo Estado, a ex-presidente fez participações importantes ao lado de Lula em diversas cidades.
No início do mês, a ex-presidente transferiu o seu domicílio eleitoral de Porto Alegre (RS) para a capital mineira. Na ocasião, a expectativa era que Dilma disputasse como senadora na chapa de Pimentel. Dilma foi recebida no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) por movimentos sociais, militantes e políticos do PT com gritos de “senadora”. A ex-presidente chegou acompanhada do governador do Estado, mas nenhum dos dois confirmaram a candidatura da petista. Dilma apenas afirmou que irá participar da campanha, sendo candidata, ou não.
Como o jornal O TEMPO informou, a motivação surgiu a partir de uma pesquisa interna, encomendada pelo PT nacional, que mostrou Dilma com 28% das intenções de voto para Senado. Na mesma pesquisa o senador Aécio Neves (PSDB) apareceu com 18%, Carlos Viana com 13%, e a deputada federal Jô Moraes (PCdoB) com 15%.
Outro posto que está em evidência e muito disputado é o de Conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG). Na última segunda-feira, a conselheira Adriene Andrade morreu, deixando assim, a vaga aberta. Segundo uma fonte do Palácio da Liberdade, o governador pensa em duas opções para ocupar o cargo: o deputado estadual e líder do governo na ALMG Durval Ângelo (PT) e o deputado estadual Sávio Souza Cruz (MDB). (Ana Luiza Faria)
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