O Hospital Regional de Sete Lagoas e mais 10 de Minas Gerais, que já receberam investimentos de mais de R$ 935 milhões, estão há anos com obras paralisadas - algumas sequer saíram do papel. Planejados em 2007 como alternativa para desafogar a demanda da região central do estado, estas instituições sequer têm previsão para retomadas das obras e início dos atendimentos.
Ao todo, estavam planejados 13 hospitais regionais, que deveriam suprir a demanda reprimida de leitos, reduzir a concentração de atendimentos especializados na região central e ampliar a oferta de cirurgias eletivas.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, deste total, apenas dois estão em funcionamento – Hospital de Uberaba e Hospital de Uberlândia. Seis ainda estão em obras. Cinco sequer receberam recursos.
O valor total investido nos projetos, somando-se os equipamentos, foi de R$ 935.106.349,63. Ainda faltam, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, outros R$ 750.084.233,63.
Em fevereiro deste ano, o governador Romeu Zema (Novo), por meio da Secretaria de Estado de Saúde e Secretaria de Planejamento e Gestão, instituiu um grupo de trabalho para promover estudos e propor medidas que tenham como objetivo viabilizar a implantação destes hospitais. Foi aberto edital de tomada de subsídio para convocar possíveis interessados para contribuir com soluções.
Após o levantamento, a Secretaria disse que encaminhará os processos licitatórios ou buscará as soluções apresentadas durante a tomada de subsídios.
Hospitais com obras paralisadas
Além do Hospital Regional de Sete Lagoas, estão com obras paralisadas os de Juiz de Fora, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Divinópolis e Conselheiro Lafaiete.
Hospital de Sete Lagoas
As obras foram iniciadas em setembro de 2010 e paralisadas em 2015, com execução de 55%.
O hospital irá abranger 36 municípios, totalizando uma população aproximada de 650.000 habitantes.
O valor repassado até agora foi de R$ 51.412.050,80 (inclui o segundo convênio)
A obra vem passando por um processo de auditoria por parte da Controladoria Geral do Estado, com o objetivo de apurar eventuais irregularidades quanto à aplicação de recursos públicos.
O projeto original para construção do hospital foi concebido com a previsão de disponibilidade de 226 leitos, sendo 176 de enfermaria, 40 UTI ?s e 10 leitos semi-intensivos, com foco em urgência e emergência na visão do trauma, do AVC e da cardiologia.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, com os estudos feitos pelo atual governo, pode haver mudanças nesta estrutura original.
Hospitais que nem começaram as obras
Hospitais Regionais de Montes Claros, Nanuque, Cruzeiro, Unaí e Além Paraíba ainda não começaram as obras. Nenhum deles chegou a receber recursos, segundo a Secretaria de Estado de Saúde.
A pasta disse que não pode dizer qual a população seria atendida por estes hospitais, porque com o processo de tomada de subsídios, poderá haver redesenhos das redes de assistência.
Obras finalizadas
Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia
Obra foi finalizada em 2010. Hospital atende a população estimada de 600 mil habitantes. São 40 leitos de UTI adulto, 10 de UTI neonatal, 16 berços no berçário, 51 leitos na maternidade, 45 leitos de cirurgia e 96 leitos de internação.
O custo do hospital foi de R$ 61 milhões.
Hospital é administrado por uma Organização Social (SPDM) e tem um custeio do Estado de R$18.000.000,00 anual.
Hospital de Uberaba
As obras custaram R$ 29.390.366,30.
O hospital foi construído para atender 27 municípios, com população estimada de 744 mil pessoas.
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