O hospital construído no tempo recorde de 10 dias em Wuhan na China, a cidade onde surgiu o novo coronavírus, recebeu nesta terça-feira os primeiros pacientes, com a ambição de aliviar os estabelecimentos médicos sobrecarregados.
Cinquenta pacientes foram internados no hospital de 34.000 metros quadrados, equipado com tecnologia 5G, anunciou a agência Xinhua.
Desde 24 de janeiro, a China transmitiu quase ao vivo a construção do hospital improvisado, filmada permanentemente pelas câmaras de televisão que exibiam o trabalho de milhares de operários, com o auxílio de guindastes e escavadeiras.
O hospital, que recebeu o nome de Huoshenshan e é administrado pelo exército, é um dos dois centros médicos pré-fabricados construídos para enfrentar a epidemia do novo coronavírus que já deixou 425 mortos e 20.400 infectados, quase todos na província de Hubei (centro), que tem a cidade de Wuhan como capital.
A construção do hospital exigiu um exército de operários, mobilizados dia e noite, que nivelaram o terreno, instalaram as fundações de cimento, estabeleceram as conexões de água e energia elétrica e criaram 400 leitos, equipados com banheiros e equipamentos médicos.
“Huoshenshan” significa “montanha do Deus do Fogo”, um personagem da mitologia da filosofia taoista que pode expulsar os vírus e infecções graças ao calor.
O hospital tem uma equipe médica militar de 1.400 pessoas, todas com experiência na luta contra os vírus SARS e ebola.
Sete-lagoana que vive na China deixou temporariamente o país
A sete-lagoana Lívia Aparecida dos Santos Fagiano de 33 anos, casada com o engenheiro Adriano Fagiano (italiano) mora em Nanjing (China) há 5 anos.
Segundo ela, na cidade, já foram confirmados 44 anos. Em entrevista ao Site Mega Cidade, ela contou como foi a experiência no momento do surgimento do Coronavírus:
“Foi tudo muito rápido! Em um dia estava tudo normal, no outro as filas nas farmácia eram enormes e não tinham mais máscaras para comprar. Eu tive que reservar pra conseguir.
A escola fechou dia 24 de janeiro devido ao feriado chinês e voltaria dia 7. Já recebemos o comunicado que as escolas tem previsão de voltar com as aulas presenciais só em março.
Nos condomínios só é permitido a entrada de moradores e mais ninguém. Na minha cidade são 12 milhões de habitantes considerada pequena.
Tivemos a ordem da empresa onde meu marido trabalha para deixar a cidade por este período. Primeiro tivemos dois voos cancelados. Várias companhias aéreas suspenderam os voos para China. Conseguimos sair de lá dia 1º de fevereiro. Estamos na Itália. Hoje a emoção é enorme, mas com o coração doendo por deixar um país que amamos.
Graças a Deus, a China é um país muito evoluído e tenho certeza que eles vão conseguir logo resolver este problema. Passamos oito dias fechados dentro de casa com os dois filhos: Pedro de 14 anos e Amora de 7. O tempo não passava e ficávamos tentando inventar as coisas para eles se distraírem, pois a tensão era enorme.
O importante é não perder a calma e seguir todas as recomendações da aérea da saúde, lembrando que somos brasileiros e não desistimos nunca!”
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