A chegada do outono e posteriormente do inverno, estações que provocam declínio das temperaturas, podem contribuir para a propagação do coronavírus no Brasil. De acordo com o biólogo e coordenador do grupo de estudo para detecção do vírus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Flávio Guimarães da Fonseca, "os períodos de tempo seco e frio", coincidem com o aumento de casos de infecção respiratória.
“O coronavírus não é diferente de todos os vírus que são transmitidos por meio de infecções respiratórias. Nos períodos de tempo seco e frio, as pessoas tendem a ficar mais tempo dentro dos locais fechados, ao invés do ar livre, o que aumenta a concentração de pessoas. A próprio fisiologia do corpo humano se modifica e fica mais sensível à infeção por vírus de origem respiratória”, explica.
O outono neste ano começa em 20 de março e vai até 20 de julho, quando tem início o inverno.
Em meio ao caos causado pela possibilidade de propagação do vírus no Brasil, o biólogo ressalta que “preocupa por ser um vírus novo, mas ele não é diferente de uma gripe e um resfriado mais forte. Ele está perfeitamente semelhante a infeções que sofremos todos os anos”, destaca.
Estratégia de contenção
O especialista ressalta que evitar aglomeração é a medida mais eficaz de contenção do vírus. Ele explica que foi a partir da implementação dessa metodologia que os casos sofreram redução na China, onde o surto teve início.
“No início eles estavam internando todos os pacientes, o que cria um ambiente de tumulto em um local fechado onde circula o vírus e aumenta o número de casos. Foi o que também aconteceu na Itália”, explica. “A China mudou a posição. Está aconselhando as pessoas com sintomas leves que fiquem em casa. É a ação mais correta no caso desse vírus”, completa.
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