A retomada das obras do Hospital Regional de Sete Lagoas deverá ficar a cargo da Companhia Vale do Rio Doce. A informação é do secretário de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Otto Levy, durante a entrevista ao apresentador Douglas Melo, nesta quinta-feira (30) na Rádio Musirama.
A medida é importante, uma vez que a mesma evita novos superfaturamentos da Prefeitura na obra. Indícios anteriores nesse sentido, deixaram o governo municipal sem credibilidade frente ao Estado.
Antes da parada das atividades iniciadas na gestão do então prefeito Maroca, que tinha Antônio Anastasia como governador de Minas e Duílio de Castro como deputado estadual, ocorreram suspeitas de fraudes nas obras do Hospital Regional, ocasionando investigação pelo próprio Ministério Público (MP).
Conforme publicação do Site Mega Cidade em julho de 2016 do “Jornal Hoje em Dia”, a obra estava na responsabilidade do empreiteiro Waldemar Anastasia Polizzi, primo do ex-governador Antônio Anastasia. O empreiteiro iria a julgamento por fraude em licitação envolvendo obras públicas durante o mandato do primo, entre os anos 2011 e 2012, inclusive as obras do Hospital Regional de Sete Lagoas.
Nesse sentido, o MP investigava a paralisação das obras da unidade de saúde pela Construtora Waldemar Polizzi Ltda (CWP) pós recebimento do valor integral firmado em contrato, conforme revelou com exclusividade o Hoje em Dia. Mesmo após o repasse e R$ 52,807milhões, a empresa construiu apenas metade do que foi firmado em contrato. A promessa era entregar o hospital pronto em 610 dias, devendo ficado pronto em 2013.
As investigações buscavam respostas sobre as condições em que ocorreram o certame e as obras. Também o sócio-administrador da CWP, Maurílio Bretas, foi preso durante a Operação Aequalis da Polícia Federal, acusado de participar do desvio de cerca de R$ 14 milhões na construção do complexo Hidroex, em Frutal, ainda inconcluso.
Portanto, considerando a falta de credibilidade da gestão do atual prefeito Duílio de Castro, para evitar possíveis novas fraudes, o Governo Romeu Zema vê como mais viável, que a própria Vale assuma o retorno da execução e finalização das obras do Hospital Regional de Sete Lagoas, conforme já informado, em compensação ao desastre de Brumadinho.
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