Um homem de 36 anos foi morto por um policial após ameaçar a mãe e o padrasto com uma faca e uma barra de metal, nessa quinta-feira (7), no bairro Mantiqueira, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. De acordo com a PM (Polícia Militar), ele já tinha ficha criminal e era conhecido na região por se envolver em confusões.
Segundo o registro policial, a mãe do homem acionou a corporação na tarde da quinta-feira após sofrer ameaças do filho. De acordo com o que foi relatado pelo padrasto dele à polícia, o homem chegou em casa pedindo R$ 50 e, ao ter o pedido negado, pegou uma faca e a barra de ferro para ameaçá-los.
Quando a polícia chegou ao local, o homem estava dentro de casa e disse que não conversaria com ninguém. Ainda segundo o registro, ele fez ameaças aos policiais e afirmou que iria matar quem tentasse entrar na casa.
Um dos agentes relatou que o homem chegou a sair de casa e que tentou acalmá-lo, mas ele estava agitado e agia agressivamente. Ele voltou para dentro de casa e persistiu com as ameaças, pedindo que ninguém tentasse entrar.
Os policiais presentes no local pediram reforço e conversaram com a mãe e o padrasto do homem. Segundo o registro policial, a família pediu que ele fosse levado ao CERSAM (Centro de Referência em Saúde Mental), como já havia sido feito antes, e autorizou que os policiais entrassem na casa.
Os agentes foram até o quarto do homem e, ao abrirem a porta, ele correu na direção deles com a faca e a barra de ferro. Um dos policiais atirou contra ele com uma bala de borracha, mas, segundo a PM, isso “não foi suficiente para contê-lo”.
O homem continuou correndo em direção aos policiais, quando um deles deu um tiro. Ainda segundo a corporação, o único tiro também não foi suficiente para deter o homem e ele levou mais dois tiros. De acordo com a PM, esse era o “único meio possível para repelir a injusta agressão”.
Os policiais chamaram o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas, devido à gravidade dos ferimentos, fizeram o socorro do homem no local. Ele chegou a ser levado ao Hospital Risoleta Neves, mas acabou morrendo.
O padrasto relatou à polícia que a família tem problemas com o homem frequentemente, que ele é viciado em drogas e é considerado inválido por causa de problemas mentais. Ele contou que, depois de ouvir os disparos, não viu mais nada, pois havia se trancado com a esposa no quarto.
Segundo o registro policial, ele fez isso porque a esposa, que é mãe do homem, tem histórico de doenças no coração e queria evitar que ela sentisse fortes emoções. O casal só deixou o quarto depois do homem ser levado ao hospital.
O registro policial menciona que o homem já teve diversas passagens pela polícia, por desacato, furto, sequestro e cárcere privado, lesão corporal e agressão, por exemplo. As testemunhas ouvidas pela PM afirmam que ele estava, frequentemente, envolvido em confusões.
Duas vizinhas da família afirmaram que, na manhã da quinta-feira, três homens foram até a casa do homem, “possivelmente para matá-lo”. Segundo o registro policial, elas afirmam que é “costumeiro” que pessoas vão até a casa para agredir o homem.
Umas das vizinhas contou à polícia que, por volta das 11h, depois da visita dos três homens, ele começou a ficar mais agitado. Foi nesse momento que ele começou a ameaçar os pais e exigir dinheiro, que, segundo a testemunha, possivelmente seriam para a compra de entorpecentes.
O porta-voz da Polícia Militar, major Flávio Santiago, declarou que a corporação lamenta o ocorrido, mas que os policiais fizeram tudo que podiam para preservar a vida da vítima.
“É triste, mas houve todas as ações possíveis para evitar o que aconteceu. Infelizmente, ele tentava contra a vida dos familiares, e ainda foi para cima dos policiais. Tentaram usar munição não letal, mas, mesmo assim, foi necessário efetuar os tiros”, explica.
“Também tem que ser analisado o histórico, o envolvimento com outros crimes. Infelizmente, várias pessoas viram o que aconteceu. Lamentamos muito, mas, se a PM não tivesse chegado, a situação talvez resultasse na morte dos familiares”, finaliza o major.
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