De segunda-feira (15) até sexta-feira (19), Belo Horizonte registrou 392 novos casos e 27 óbitos. Por dia, pelo menos 78 pessoas testaram positivo e cinco morreram. O avanço acendeu um alerta para o sistema de saúde e, até o fim de junho, a prefeitura pretende contratar mais 61 leitos. A contratação já começou. Na semana passada, a pedido da PBH, a Santa Casa aumentou de 40 para 50 o número de leitos de UTI, e se prepara para abrir outras vagas de terapia intensiva nos próximos dias.
A enfermaria também está ganhando reforço. Já nesta segunda-feira (22), serão mais 17 vagas, e, na quarta-feira (24), outras 29. “Até o início de julho, vamos inaugurar uma nova ala com 49 leitos para pacientes com Covid”, anuncia a superintendente de serviços hospitalares da Santa Casa BH, Mara Moura. Essa nova ala teve investimentos de R$ 5 milhões, que vieram de doações. E, junto com a expansão das UTIS, vai gerar cerca de 200 contratações entre médicos e enfermagem.
Hoje, a Santa Casa tem 182 leitos para Covid-19, mas tem capacidade para oferecer 692. “Só nas UTIs, temos planos de elevar das atuais 50 para 100, de acordo com a demanda”, esclarece Mara. A superintendente explica que, seja por meio da construção ou remanejamento de leitos que já existem, o hospital vai disponibilizando as novas vagas, a partir das solicitações da Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo Mara, dois gatilhos são determinantes para aumentar os leitos. “Nós olhamos a taxa de ocupação das UTIs e o percentual de pacientes intubados. Quando esses indicadores estão acima de 70%, já é um gatilho”, explica a superintendente. Ela lembra que, em março e abril, apenas 5% dos pacientes internados tinham confirmação para Covid e, agora, subiu para 20%.
No último domingo (21), a ocupação dos leitos de UTI na Santa Casa estava em 98%. “Quando a pandemia começou, essa taxa girava entre 30% e 40%. Há quatro semanas, ela estava entre 80% e 90%. Agora, está aumentando e se mantendo elevada”, afirma Mara, justificando a necessidade de preparar mais vagas.
Os dados divulgados pelo boletim epidemiológico da Prefeitura de Belo Horizonte são monitorados diariamente, para definir as ações. A média de ocupação das UTIs vem disparando. Há um mês, 46% dos leitos de terapia intensiva estavam ocupados. Na última sexta-feira (19), dado mais recente, já estava em 78%.
Nesse intervalo, a prefeitura ampliou o total de vagas do SUS-BH de 220 para 280. Até o fim de junho, o número pode chegar a 341. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde explica a abertura de novos leitos acontece de acordo com a necessidade e vem sendo realizada, não somente na Santa Casa, mas em todos os hospitais da rede. Atualmente, 15 hospitais da rede SUS-BH ofertam leitos de UTI exclusivos para atendimento aos casos de Covid no município.
Santa Casa será dividida em dois hospitais
Para dar conta de atender bem a demanda da Covid-19, sem deixar de lado os demais serviços, a Santa Casa BH será dividida em duas unidades, com entradas separadas. De um lado, o hospital respiratório vai contar com três altas (B, C e D) para atendimento ao novo coronavírus. De outro, ficará o hospital geral (ala A), que dará continuidade ao tratamento nas 35 especialidades médicas.
Ao todo, a Santa Casa vai ganhar mais 250 vagas e passará a ofertar 1.220 leitos. Desses, 692 serão no hospital respiratório, sendo 100 leitos de terapia intensiva, e 528 para o hospital geral.
Com orçamento de R$ 5 milhões, as obras de reestruturação das duas unidades receberam recursos de doadores como a Localiza (R$ 635 mil), o Banco (R$ 1 milhão), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (R$ 2,1 milhões), da JBS (R$ 300 mil), da Direcional Engenharia (R$ 500 mil), entre outras empresas. A ArcelorMittal doou 2.000 face shields.
De acordo com o diretor de assistência à saúde da Santa Casa BH, Guilherme Riccio, o objetivo da divisão é deixar o ambiente mais seguro. “Precisamos atender os casos suspeitos e confirmados de Covid-19 e dar continuidade ao tratamento das demais especialidades. Quem faz tratamento oncológico, de hemodiálise ou tem outros tipos de doenças crônicas que necessitam de acompanhamento não pode esperar”, afirma Riccio.
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