Mais um técnico de enfermagem morreu em Belo Horizonte, na noite da última sexta-feira (7), em decorrência da Covid-19. José Célio da Silva, de 54 anos, trabalhava na farmácia da UPA do Hospital Odilon Behrens, região Noroeste da cidade. O óbito ocorre menos de duas semanas após o primeiro técnico de enfermagem da rede municipal de BH, Gerônimo Batista Pires, morrer pela doença (relembre aqui).
O Sindibel (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte) denuncia falha da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) ao alegar que José Célio era diabético e, portanto integrava o grupo de risco, mas trabalhava normalmente na unidade de saúde.
“Estes profissionais da enfermagem estão na linha de frente no combate ao coronavírus e colocam as próprias vidas em risco para cuidar da saúde da população em meio à pandemia. Eles são vítimas não só da Covid-19, mas do descaso do poder público. São estes trabalhadores, tão essenciais à vida, que recebem baixos salários, jornadas excessivas de trabalho, um adicional de insalubridade irrisório, restrições de EPI’s e falta de proteção e valorização”, diz em trecho de nota (leia na íntegra abaixo).
A administração municipal, por sua vez, afirma que e o profissional não atendia os critérios para afastamento preventivo dos profissionais do complexo hospitalar Odilon Behrens (previstos na nota técnica 39/2020). “O técnico de enfermagem atuava na farmácia da UPA HOB, sem contato direto com área destinada ao atendimento a pacientes Covid-19 e tinha idade inferior a 60 anos. A causa do óbito ainda é apurada”, afirma a PBH em nota (leia na íntegra abaixo).
Um ato em homenagem à José Célio será realizado pelo Sindibel nesta segunda-feira (10), na porta do hospital Odilon Behrens. A administração da unidade de saúde divulgou nota de pesar. “Sua dedicação, comprometimento e empenho serão sempre lembrados por todos os amigos e colegas”, afirma.
Segundo o Painel de Monitoramento da Covid-19, do Governo de Minas, Belo Horizonte já registrou 649 mortes e 3.986 casos confirmados até essa sexta-feira (7).
“A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que como medida de prevenção ao contágio, os profissionais com idade superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes e os comprovadamente imunossuprimidos, cujas funções impliquem o contato direto com pacientes com suspeita de COVID-19, foram afastados do trabalho presencial. Os critérios para afastamento preventivo dos profissionais do Complexo Hospitalar Odilon Behrens estão previstos na Nota Técnica 39/2020 (http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1227165)
O técnico de enfermagem atuava na farmácia da UPA HOB, sem contato direto com área destinada ao atendimento a pacientes Covid-19 e tinha idade inferior a 60 anos. A causa do óbito ainda é apurada.
Os trabalhadores sintomáticos e assintomáticos com contato domiciliar confirmado para Covid-19, são afastados e submetidos a exame para detecção do novo coronavírus”.
“É com profundo pesar que o SINDIBEL informa a morte do técnico de enfermagem José Célio da Silva, aos 54 anos, na noite desta sexta-feira (7). Ele trabalhava na farmácia da UPA do Hospital Odilon Behrens e tinha diabete, portanto, fazia parte do grupo de risco, mas continuava exercendo suas atividades essenciais.
Na próxima segunda-feira, 10 de agosto, o SINDIBEL fará um ato na porta do HOB, às 11h, com 1 minuto de silêncio. Na ocasião, também pedimos aos profissionais da Rede-SUS BH que façam 1 minuto de silêncio em seus locais de trabalho.
Célio é o 2º profissional de saúde da PBH a perder a vida por conta da doença, junto a Gerônimo Batista, da UPA Barreiro, e o primeiro do HOB. Ao todo, em Belo Horizonte, já são 5 profissionais da enfermagem mortos pela doença.
Lembramos que estes profissionais da enfermagem estão na linha de frente no combate ao coronavírus e colocam as próprias vidas em risco para cuidar da saúde da população em meio à pandemia. Eles são vítimas não só da Covid-19, mas do descaso do poder público. São estes trabalhadores, tão essenciais à vida, que recebem baixos salários, jornadas excessivas de trabalho, um adicional de insalubridade irrisório, restrições de EPI’s e falta de proteção e valorização.
Nenhuma vida a menos. Na luta contra a pandemia, a responsabilidade é de todos.“
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