Em atendimento a uma denúncia, policiais foram na manhã desta terça-feira (17), até a fábrica de pirulito “Bico Lito”, localizada na Travessa Ipê, bairro São Vicente em Cachoeira da Prata, para verificar se a referida empresa estaria despejando resíduos e matéria-prima utilizados na fábrica, diretamente no rio.
No local, a polícia fez contato com D.M. (gerente da fábrica) E V.A. (auxiliar administrativa da fábrica), para as quais foi informado o teor da denúncia. Antes de iniciar a fiscalização no local, D.M. entrou em contato telefônico com o proprietário da fábrica, D.F., para o qual foi perguntado se tais situações ocorrem.
D.F. informou que o esgoto dos banheiros é ligado na rede pública da Prefeitura de Cachoeira da Prata, porém o esgoto de lavação do chão da fábrica é direcionado para o Ribeirão Macacos.
Informou que a matéria-prima principal que utilizam na fabricação dos pirulitos e balas é o açúcar e basicamente é isso que é direcionado para o Ribeirão Macacos, quando da lavagem do chão e das máquinas, a qual é feita com sabão neutro e areia.
Em vistoria na fábrica foram identificadas as seguintes situações:
- Nas linhas de produção, existem diversos ralos para escoamento da água de lavagem do chão e das máquinas, sendo que a tubulação desses ralos estão todas direcionadas para o ribeirão macacos, onde os resíduos são lançados;
- As tubulações de esgotamento das pias e lavatórios existentes na fábrica também estão todas direcionados para o Ribeirão Macacos, onde os resíduos são lançados;
– Somente as tubulações dos vasos sanitários dos três banheiros existentes na fábrica é que estão ligadas na rede pública municipal de esgotamento sanitário e as demais tubulações de esgoto da fábrica estão todas direcionadas para o Ribeirão Macacos;
- Todas as tubulações podem ser visualizadas na parede externa da fábrica, que margeia o Ribeirão Macacos (margem esquerda);
- Na margem do ribeirão, nas coordenadas geográficas WGS 84 19°31'33.31"S 44°27'13.81"W, entre a fábrica e o leito, foi constatado um acumulo de resíduos da produção, tais como palitos de pirulitos, de plástico e madeira, de diversos, além de um resíduos aquoso de cor escura em meio à vegetação da margem.
Quando da ocorrência de chuvas fortes tais resíduos podem ser carreados para o leito do ribeirão e provocar danos no recurso hídrico e na silvestre e na fauna.
Sobre o acúmulo de palitos nas margens do ribeirão, as funcionárias da fábrica disseram que durante o processo produtivo ocorre de cair palitos no chão e com a lavagem do chão, os mesmos escoam para os ralos.
Informaram ainda que na fábrica tem um funcionário responsável pela retirada dos palitos dos ralos, contudo como ele é do grupo de risco em relação ao coronavírus, devido a isso, não está indo trabalhar neste período de pandemia, ocasionando assim o escoamento dos palitos para a margem do Ribeirão Macacos.
De imediato as funcionárias foram orientadas a adaptem uma tela ou algo semelhante nos ralos e/ou na saída das tubulações para que os palitos sejam recolhidos e não caiam mais na margem do ribeirão.
Também foi verificado que atualmente a fábrica “Bico Lito” está abaixo dos parâmetros estabelecidos para licenciamento ambiental no âmbito estadual.
Diante do exposto, como os responsáveis/proprietários da fábrica não se encontravam presentes no momento da fiscalização, foi lavrado um auto de intimação para que compareçam posteriormente à sede do 5º Pel. MAMB, para prestar esclarecimentos sobre os fatos constatados.
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