Dezesseis homens que deixaram o estado do Maranhão para trabalhar no Rio Grande do Sul foram resgatados pelo MPT-RS (Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul), durante a última segunda-feira (17), em condições análogas à escravidão. As vítimas teriam sido aliciadas mediante fraude para atuar em obras da MRV Engenharia e Participações. Após a operação, a construtora suspendeu o contrato com a empresa responsável por recrutar os profissionais em questão (leia abaixo).
De acordo com as investigações, a recrutadora a serviço da MRV havia aliciado os trabalhadores no Maranhão sob a promessa de ganhos de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Porém o valor só seria pago se os empregados batessem uma meta de produtividade, que nunca foi alcançada desde 1º de março, data em que eles foram para o Rio Grande do Sul. Os operários foram localizados nas cidades de Porto Alegre e São Leopoldo.
Além de estarem recebendo apenas o piso salarial, os trabalhadores ainda precisavam pagar valores para a recrutadora e vinham sofrendo descontos em cobrança por uma cesta básica, o que diminuía ainda mais as chances deles conseguirem juntar dinheiro para deixar o trabalho e voltar ao Maranhão.
De acordo com o MPT, foi exigido que a empresa fizesse a rescisão dos contratos de trabalho dos 16 homens, além do pagamento da diferença salarial entre o piso oferecido no momento do recrutamento e o que vinha sendo pago aos trabalhadores. A empresa também foi obrigada a pagar os custos do retorno dos homens ao Maranhão.
O nome da empresa de recrutamento não foi divulgado. Em nota à imprensa, a MRV afirmou que suspendeu o contrato com a fornecedora. Além disso, a construtora alegou que documentos “comprovam que os trabalhadores foram contratados de forma regular e que permaneciam hospedados de forma adequada, próximos ao local de trabalho e com as despesas de estadia e deslocamento assumidas pela empresa”.
A MRV não compactua com nenhuma irregularidade na contratação de colaboradores. A companhia suspendeu imediatamente o contrato com a empresa de recrutamento citada no caso, apresentou todos os esclarecimentos e documentos que comprovam que os trabalhadores foram contratados de forma regular e que permaneciam hospedados de forma adequada, próximos ao local de trabalho e com as despesas de estadia e deslocamento assumidas pela empresa.
A companhia segue colaborando com os órgãos competentes e reitera seu compromisso com o bem-estar de seus funcionários, fornecendo todo o suporte aos envolvidos, tanto para os que optaram por retornar ao estado de origem e nos pediram oportunidades lá, quanto para aqueles que decidiram continuar trabalhando em obras da MRV na mesma cidade em que estavam.
A MRV reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos processos de contratação de fornecedores, visando a integridade da cadeia produtiva para que situações como essa não aconteçam.
O comprometimento e cuidado com a dignidade humana é um valor fundamental para a MRV. A companhia é signatária do Pacto Global da ONU desde 2016 e segue rigorosamente os princípios relacionados aos direitos humanos e relações trabalhistas.
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