Um médico ortopedista foi indiciado pelo crime de violação sexual mediante fraude, após a Polícia Civil do Estado de Goiás finalizar as investigações do caso. O episódio aconteceu durante uma consulta, no dia 31 de maio, na cidade de Iporá, interior de Goiás.
De acordo com a polícia, o ortopedista, a pretexto de realizar um exame físico nas costas da paciente, pediu para que ela ficasse de costas para ele e levasse as duas mãos para trás. Em seguida, o médico colocou seu pênis ereto para fora da calça e o esfregou na vítima. A paciente se virou e viu o médico exibindo seu genital, então começou a gritar por socorro e foi rapidamente atendida por médicos e enfermeiras do hospital.
No mesmo dia, a prática do crime foi comunicada à direção e a vítima registrou a ocorrência na Delegacia de Polícia, dando início às investigações. Segundo o delegado Igor Moreira, uma enfermeira contou a ele que já foi assediada sexualmente de forma semelhante pelo mesmo médico, que, sem seu consentimento, exibiu o pênis ereto e tentou praticar sexo com ela em seu consultório.
A autoridade policial indiciou o suspeito por violação sexual mediante fraude. No artigo 215, o Código Penal especifica a característica do crime e a pena para o transgressor: “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Pena: reclusão, de 2 a 6 anos”.
Além do indiciamento, a polícia pleiteou a suspensão temporária do exercício da medicina, e está aguardando decisão judicial. O Conselho Regional de Medicina de Goiás foi comunicado para instaurar processo disciplinar por infração ético-profissional.
Ainda segundo o delegado Igor Moreira, o médico Otacílio Rodrigues de Barros Neto é ortopedista. Já trabalhou no Hospital Municipal de Iporá e atualmente atende no Hospital São Paulo e em outras cidades do interior.
A divulgação do nome do investigado segue o previsto nos artigos 8º e 11, caput e parágrafo único, da Portaria n.º 212/2019 do Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado de Goiás, conforme redação dada pela Portaria Normativa n.º 02/2020 – SEAA/DAG/DGA/DGPC, no sentido de que “a divulgação da imagem, nome ou alcunha de indiciado ou investigado prevista no caput deste artigo deve estar amparada no interesse público ou da investigação”.
A autoridade policial explica que, nesse caso, o objetivo é identificar outras possíveis vítimas do autor. O delegado orienta a qualquer mulher que tenha sido vítima de atos semelhantes praticados pelo profissional para que procure a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Iporá, pessoalmente (Avenida Pio XII, 791, Centro), ou por telefone (64) 3603-7428.
Caso você seja vítima ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:
Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
Ponto de Acolhimento e Orientação à Mulher em Situação de Violência: avenida dos Andradas, 3.100, no Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.
Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.
Com Polícia Civil de Goiás
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