A Polícia Civil informou, neste sábado (31), que investiga um casal suspeito de ter praticado maus-tratos contra a própria filha, uma bebê de apenas dois meses. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima deu entrada no Hospital Municipal de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira (30). Ela apresentava manchas roxas e hematomas pelo corpo, além de uma marca de mordida no braço esquerdo.
Diante do quadro, uma assistente social e uma pediatra que estavam de plantão no Centro Materno Infantil da unidade hospitalar acionaram ajuda policial. A mãe da criança, uma adolescente de 17 anos, relatou aos policiais que as manchas começaram a aparecer há cerca de 15 dias, sem motivo aparente, e por isso ela resolveu procurar auxílio médico.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe relatou que “a criança estava muito chorosa e irritada há três dias e, no decorrer do dia, não aceitava amamentação”. A menina foi submetida a uma bateria de exames e foram constatadas diversas lesões, inclusive na região da cabeça. Um dos laudos obtidos após tomografia apresentou uma hemorragia cerebral que teria sido causada por “chacoalhões”. A vítima, então, foi imediatamente internada para avaliação neurológica.
Ainda de acordo com o registro da polícia, os exames também revelaram a presença de um hematoma na região da face e bochechas, além feridas no pescoço sugerindo bolhas ou queimaduras. Durante a internação, a equipe médica tentou que mãe, lactante, amamentasse a menina. No entanto, a criança se recusava quando era colocada no colo. Foi necessária a introdução de uma sonda para que a menina se alimentasse.
Casal foi ouvido e liberado
O pai da vítima, um homem de 20 anos, também não soube explicar as lesões e disse que o casal não agride a filha.
Os dois foram detidos e encaminhados para a Delegacia de Plantão de Contagem, onde prestaram depoimento. O casal vai responder ao processo em liberdade até a conclusão das investigações.
Em nota, a Polícia Civil explicou que “a autoridade policial entendeu que não havia estado flagrancial para autuá-los e as investigações prosseguem pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam)”.
A criança permanece internada. O Hospital Municipal de Contagem não informa o estado de saúde dos pacientes.