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Sete-lagoana é acusada de roubar celular em boate de São Paulo e denuncia racismo: ‘Não tenho cara de ladra’

Enquanto dançava em uma balada da Zona Oeste de São Paulo, Fabrícia Barbosa foi abordada de forma truculenta por um homem branco que a acusou de tê-lo furtado

16/11/2021 às 09h38
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com BHAZ
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O vídeo de uma jovem desesperada, tentando convencer um homem de que não roubou seu celular em uma boate paulista tem chamado a atenção nas redes sociais. Mineira de Sete Lagoas, Fabrícia Barbosa de Souza, de 25 anos, usou seu Instagram para denunciar o episódio de racismo vivenciado por ela na madrugada desse domingo (14).

Enquanto dançava em uma balada da Zona Oeste de São Paulo, ela foi abordada de forma truculenta por um homem branco que a acusou de tê-lo furtado.

“Eu tinha vindo a passeio e encontrei uns amigos meus pra ir nessa boate. Esse amigo foi no banheiro e eu fiquei sozinha na pista de dança. Do nada um cara apareceu e falou: ‘Você roubou meu celular’. Aí ele começou a gritar falando que eu roubei sim, até que chegou um estranho que começou a me defender”, relembra a jovem, em conversa com a reportagem na tarde desta segunda-feira (15).

A executiva comercial relata que, em certo momento, o homem chegou a agredi-la fisicamente, apertando seu braço com força. Foi nessa hora que os seguranças da boate chegaram, mas não prestaram suporte a ela.

“Eu falei que isso era racismo, que ele não tinham prova nenhuma e que eu queria que chamasse a polícia. A segurança falou que era pra eu ficar calma, que ele agiu assim só porque estava bêbado”, conta. Veja o vídeo:

 
 
 
 
 
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‘Eu não tenho cara de ladra’

Durante a confusão, Fabrícia chegou a questionar o homem do porquê de ele suspeitar dela, já que a balada estava cheia e ela sequer havia esbarrado nele. Foi nesse momento que ela percebeu que estava sendo vítima de racismo, conforme relembra.

“Ele falou: ‘Foi você que roubou, olha sua cara’. Eu não tenho cara de ladra, eu nunca precisei roubar nada. Foi aí que eu percebi, já que não tinha motivo nenhum praquilo, eu não tinha nem encostado nele pra ele suspeitar”, relata a jovem.

Ao perceber que os seguranças da boate não iriam chamar a polícia, Fabrícia e os amigos saíram em busca das autoridades. Quando uma viatura passou em frente ao estabelecimento, os três cercaram o veículo e pediram suporte.

“Mas eles ficaram debochando, falando ‘você quer que eu faça o quê?’. Eu quero que vocês me ajudem a resolver a situação! Fui falar com o cara que isso era racismo e ele simplesmente acelerou a viatura e foi embora”, relata Fabrícia.

‘Me sentindo ainda mais frágil’

Enquanto Fabrícia buscava por ajuda do lado de fora, ela conta ter visto o agressor ser escoltado por seguranças. Segundo a jovem, eles ficaram do lado do homem até que seu motorista por aplicativo chegasse até o local.

“Eles foram totalmente irresponsáveis. É uma boate alternativa, que a gente entende que eles abraçam a diversidade e que a gente vai se sentir acolhida. Só que não, é só uma fachada mesmo”, disse.

Por conta do feriado, Fabrícia ainda não conseguiu denunciar formalmente a situação. Ela já está a caminho de casa e pretende levar a denúncia a diante, por meio da Polícia Civil de Minas Gerais. Enquanto a justiça não é feita, a jovem resolveu usar as armas que têm em mãos para que a situação não passe impune.

“Todo dia a gente vê um caso assim e a gente nunca pensa que vai acontecer com a gente, embora seja muito recorrente. E quando acontece a gente fica em uma situação de vulnerabilidade tão grande, até agora eu tô meio aérea, super chateada e me sentindo ainda mais frágil. Para evitar que aconteça também com outras ‘Fabrícias’ eu não posso me calar”, disse.

‘Nunca compactuou com discriminação’

À reportagem, a boate Bofetada Club disse que não tomou conhecimento de nenhuma agressão física dentro da casa, chegando até a conferir as imagens de câmeras de segurança. Na tarde de hoje (15), o dono do estabelecimento, Fábio Lima, publicou um posicionamento nas redes sociais.

“Estava do lado de fora quando saiu a menina chorando de dentro da casa, eu perguntei o que foi que aconteceu e o amigo dela me informou que a mesma tinha sido acusada de roubo de telefone. Eu eu disse pra ela chamar a viatura de Polícia Militar sob acusação de injúria e difamação”, começou.

“A viatura chegou e eles conversaram, só que os policiais logo após foram embora e deixaram a menina e seu amigo em frente à boate, como a casa não foi notificada pela viatura a retirar a pessoa, por segurança separamos ambas as partes”, acrescentou Fábio.

Ele explica também que o acusador foi acompanhado até o carro “para evitar qualquer tipo de linchamento em frente à balada”. O dono esclarece, ainda, que “a casa Bofetada Club nunca compactuou e jamais irá, em qualquer caso de descriminação”.

“Muito pelo contrário e prezamos a segurança de todos. E temos isso como um símbolo de luta pintado em nossas paredes”, termina a publicação, em menção à uma pintura da vereadora Marielle Franco no interior do local.

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