Minas Gerais pode perder até 187 mil postos de trabalho formais e informais nos próximos 5 a 10 anos caso se mantenham as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. A estimativa é de um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), divulgado nesta segunda-feira (21).
Segundo o levantamento, o impacto da medida no estado pode gerar uma queda de até R$ 3,16 bilhões na renda das famílias. Em curto prazo — de um a dois anos — o estado já pode perder 58 mil empregos e R$ 982 milhões em massa salarial.
Minas é o terceiro maior exportador para os EUA, com US$ 4,62 bilhões em produtos como café, siderúrgicos e químicos inorgânicos vendidos em 2024. O Produto Interno Bruto mineiro pode recuar até R$ 6,7 bilhões no curto prazo e R$ 21,5 bilhões a longo prazo, afetando diretamente o poder de consumo das famílias.
A FIEMG ainda contesta o argumento da Casa Branca, que justificou as tarifas com base em uma suposta vantagem brasileira na balança comercial. Segundo o estudo, o Brasil registrou déficits comerciais com os EUA em todos os anos da última década, com o maior registrado em 2022, de US$ 13,9 bilhões.
O governo brasileiro classificou as tarifas como “chantagem” política. O presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin argumentam que os EUA mantêm superávit nas relações comerciais e que as alegações de Trump não têm base econômica. Trump, por sua vez, relacionou as sanções ao tratamento dado a Bolsonaro no Brasil e à suposta ameaça à liberdade de expressão.
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