A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, nessa quarta-feira (16/10), em Belo Horizonte, a mãe, de 24 anos, e o padrasto, de 39, de um menino de 9 anos, suspeitos de envolvimento na morte da criança, ocorrida em 23 de agosto no bairro Conjunto Esperança, região do Barreiro. As prisões temporárias foram decretadas após a mulher confessar ter agredido o filho, o que, segundo as investigações, resultou no óbito.
De acordo com o delegado Evandro Nascimento Radaelli, responsável pelo caso na Delegacia Especializada de Homicídios Barreiro, as apurações tiveram início logo após a morte da vítima, no hospital para onde foi levada com diversos ferimentos e quadro de hemorragia.
Segundo o delegado, “as investigações apontaram que o menino foi agredido pela mãe e pelo padrasto. A mulher confessou que, no dia da morte, havia feito uso de cocaína e acabou, nas palavras dela, ‘passando do ponto’. Já o homem, embora negue participação, foi identificado como conivente com as agressões e omisso diante das violências cometidas”.
A prisão temporária do casal foi cumprida após representação da PCMG ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que deferiram o pedido em caráter de urgência. Os dois já se encontram no sistema prisional, à disposição da Justiça.
Maus-tratos e abandono
O delegado destacou, ainda, que os levantamentos do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelaram um histórico de maus-tratos e abandono.
“Ficou claro que o casal obrigava as crianças a mentir sobre as lesões, inventando histórias, como quedas na escola, para justificar as dores e os machucados”, revelou Evandro Radaelli. “Além disso, havia negligência: o menino de 9 anos cuidava sozinho dos irmãos, de 6 anos e de 6 meses, enquanto os adultos faziam uso de drogas”, completou.
Próximas etapas
A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo de necrópsia da vítima, elaborado pelo Instituto Médico-Legal (IML), e segue com outros levantamentos para apurar a motivação exata do crime e outras possíveis responsabilidades. “O caso ainda está em andamento, mas já é possível afirmar que a morte da criança foi consequência direta das agressões sofridas", finalizou Radaelli.
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