
· A reunião ordinária da Câmara Municipal de Sete Lagoas, realizada nesta terça-feira (04/11), foi marcada por uma forte discussão entre vereadores sobre a realização de um minuto de silêncio em homenagem a todas as vítimas da operação policial que resultou na morte de 121 pessoas no Rio de Janeiro.
· O pedido para o ato simbólico partiu do vereador Rodrigo Braga, mas gerou protestos de parte dos parlamentares. Os vereadores Téo da Equoterapia e Ivson Gomes criticaram duramente a homenagem e chegaram a abandonar o plenário, acompanhados por Deyvison Acolher, Heloísa Frois e Divaldo Capuchinho.
· Os parlamentares afirmaram ser contrários ao minuto de silêncio em memória de “bandidos”, “traficantes” ou pessoas que “andam com fuzil” e consideraram a homenagem uma afronta à polícia.
Durante sua fala, Divaldo Capuchinho chegou a celebrar a operação no Rio de Janeiro, mostrando números da ação e defendendo que “operações como essa deveriam ocorrer de 15 em 15 dias”.
· Em resposta, Rodrigo Braga lamentou o desentendimento e explicou o sentido do pedido:
· “Não trabalho com ódio, mas com amor. Fiquei assustado com o que fizeram com o minuto de silêncio: é um ato simbólico que reconhece perdas de vidas humanas. É um gesto de humanidade e reflexão. A violência afeta a todos. O silêncio tem um peso coletivo. Minha fala foi pelos policiais, pelos jovens — estejam ou não em situação de crime — e também pelos inocentes que morreram durante a ação.”
· O presidente da Câmara, Ivan Luiz, que autorizou o minuto de silêncio, também se pronunciou em plenário:
· “Concedi o minuto de silêncio para pessoas que morreram, não para traficantes. Sou ministro da Eucaristia e faço a encomenda do corpo sem perguntar de que morreu ou em que situação — mas pela alma da pessoa.”
· Durante a reunião, Ivan Luiz fez ainda um emocionado desabafo pessoal, revelando que já foi usuário de drogas. O presidente pediu aos colegas vereadores que abracem a bandeira da recuperação e do acolhimento, para ajudar outras pessoas que enfrentam o mesmo desafio.
· “Que a gente possa acolher, não condenar. Porque a recuperação é possível, e a vida vale mais do que o erro”, destacou.
· A discussão sobre o minuto de silêncio se estendeu por quase toda a reunião, com momentos de tensão e trocas de posicionamentos entre os parlamentares.
· A operação citada pelos vereadores ocorreu na última semana em comunidades do Rio de Janeiro e foi classificada como a mais letal da história do estado, com 121 mortos confirmados. Segundo as forças de segurança, a ação tinha como alvo facções criminosas que atuam em diferentes favelas da capital fluminense. O alto número de vítimas, porém, gerou repercussão nacional e reacendeu o debate sobre o uso da força policial e o impacto das operações em áreas densamente povoadas.
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