
O Hospital Municipal de Sete Lagoas foi nesta quarta-feira, 05 de novembro, o cenário de uma cerimônia que emocionou pacientes, profissionais de saúde e familiares. Internado por causa de uma infecção urinária, o senhor Públio Gonçalves de Carvalho, 76 anos, conhecido carinhosamente por seus familiares como Tio Sorriso, não deixou que a internação o impedisse de realizar um sonho antigo: casar-se com a companheira de toda a vida, dona Lúcia Carlini Bongenato, 63 anos.
O casal, que vive junto há quase quatro décadas, tinha o casamento religioso marcado para o dia 6 de novembro, nesta quinta-feira, na cidade de Inhaúma, onde mora atualmente. No entanto, por conta do estado de saúde de seu Públio, a cerimônia será antecipada e transferida para o hospital. Com sensibilidade e fé, o pároco da Paróquia de Inhaúma, padre Carlos, decide levar o casamento até o leito do paciente, mantendo viva a promessa de celebrar o amor e a fé do casal.
A história de amor entre Públio e Lúcia começa na década de 1980, na Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, em Belo Horizonte. Ele, músico e integrante do coral, costumava tocar e cantar nas missas. Em uma dessas celebrações, interpretou uma canção que emocionou profundamente uma mulher sentada nos primeiros bancos.
“Ela ficou muito tocada, e eu, curioso, quis saber quem era aquela mulher tão bonita e comovida com a música”, conta ele. Após a missa, Lúcia se aproxima e revela que aquela era a canção que mais cantava quando viveu em um convento. A coincidência marca o início de uma ligação especial.
Mais tarde, Públio descobre que Lúcia é amiga de sua comadre e, por acaso, ela ouviu ele contar o quanto havia se encantado por ela. A partir daí, começam as conversas e nasce uma relação de afeto e cumplicidade.
Amor, fé e família
Antes de se conhecerem, ambos haviam passado por relacionamentos anteriores: Públio, pai de três filhos, enfrentava um processo de separação; e Lúcia, mãe de duas meninas, criava as filhas sozinha. Unindo suas histórias e sua fé, eles decidem caminhar juntos e formam uma nova família.
Com o tempo, têm mais duas filhas, Públia e Tamires, e constroem uma vida de amor, simplicidade e devoção. Participativos na comunidade religiosa, ele é vicentino, integra o terço dos homens e o coral, enquanto ela também atua nas atividades da igreja. Juntos, fizeram recentemente o curso de Ministros da Eucaristia e alimentam o desejo de oficializar a união diante de Deus.
O casamento que o amor insiste em realizar
Por já ter sido casado no passado, Públio acreditava que o casamento religioso não seria possível. Mas o padre Carlos André, sensibilizado com a história do casal, buscou autorização junto ao bispo diocesano Dom Francisco Cota, que concedeu o sim para a celebração.
Com tudo preparado para o grande dia, vem o imprevisto da internação. Ainda assim, a fé falou mais alto. “O padre disse que o casamento é um sacramento e que não seria cancelado. Se não pode ser na igreja, será onde Deus quiser — e Ele quis que fosse aqui, no hospital”, relata senhor Públio, emocionado.
Uma sala do hospital foi transformada em capela e a celebração aconteceu. Sob as benção de padre Carlos Andrade, muitas flores, música, bolo e a certeza de que, mesmo entre os desafios da saúde, o amor verdadeiro é capaz de florescer em qualquer lugar.
Para os profissionais do Hospital Municipal, a celebração representa um momento de alegria e inspiração. “Ver o brilho nos olhos dos dois é lembrar que a fé e o amor são as maiores forças que temos”, comenta a psicóloga Liliane que acompanha o paciente durante a internação.
COMISSÃO DE HUMANIZAÇÃO
O Hospital Municipal acredita que o cuidado vai além do tratamento. "Através da Comissão de Humanização, promovemos gestos que acolhem e transformam momentos. Hoje, vivemos uma linda história: o casamento do senhor Públio e da senhora Lúcia, celebrado com carinho pela equipe e compartilhado com todos nós. Um ato de amor que nos lembra a importância de cuidar também com o coração", celebrou em nota a unidade de saúde.
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