
A esperada e já centenária Festa em honra da Santa Cruz e Santa Helena teve início e segue sua programação com muita alegria e devoção. Durante uma semana a Serra de Santa Helena recebe a população nas tradicionais novenas, missas e terços.
A festa que atrai pessoas de diversos lugares é o principal símbolo da cultura folclórica e fé dos sete-lagoanos que ano a ano acompanham o cortejo em direção ao alto da Serra e participam das ações comemorativas.
Segundo estudo das historiadoras Maria Angela Bolson e Aide de Carvalho, as terras de Lino Antônio d’Avelar abrigaram a construção da capela de Santa Helena em 1852, no alto da Serra. O local passou a ser utilizado para o culto do devoto Avelar e a fé cresceu entre fazendeiros e a população da época. “O povo subia muito a serra para passear, fazer piquenique e, assim, conheceram melhor a capela e o cruzeiro. Eles passaram a rezar para a santa da capela e muitas graças foram alcançadas”, contam as pesquisadores a partir de relatos de entrevistados.
As procissões começaram com os pedidos de chuva ao pé do cruzeiro e a Festa da Serra ganhou repercussão com a comemoração da vitória na Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando uma grande festividade tomou conta dos pés da cruz. “O ‘V’ de vitória iluminado ao lado do cruzeiro era visto por toda a cidade”, dizem as historiadoras Maria e Aide.
Segundo as pesquisadoras, o desconhecimento da história de Santa Helena levou as comemorações para o 3 de maio, data comemorativa da Santa Cruz, e não 18 de agosto, dia oficial escolhido pela Igreja Católica. “A maioria dos devotos sabe apenas que ela [Helena] encontrou a verdadeira cruz de Cristo. Não sabem que a rainha Helena e seu filho, o rei Constantino, foram os principais responsáveis pela divulgação e sustentação do cristianismo na época do Império Romano”, relatam as historiadoras em monografia.
Nascida em meio aos povos de origem grega pertencentes ao Império Romano no ano 248 d.C. na cidade de Dreparumo, próxima à atual Istambul, na Turquia, Helena conheceu, por volta do ano 270, o militar romano Constâncio Cloro, comandante do exército que combateu os persas na Ásia Menor, com quem teve um filho, chamado Constantino, educado na corte com formação cultura e militar. “Em 306 d.C., após a morte de Constâncio Cloro, as tropas reunidas em York proclamaram Constantino como sucessor de seu pai e governador de uma das quatro províncias do Império Romano”, diz a historiadora Maria Bolson no artigo “História da Vida de Flavia Julia Helena Augusta”. Em Trier, hoje Alemanha, Helena juntou-se à corte do filho.
A pesquisadora Maria afirma que historiadores acreditam que Constantino colocou, à disposição da mãe, todos os recursos do tesouro do império para a construção de igrejas e o fortalecimento da fé cristã. Na empreitada de Helena para difundir a religião, escritores da época descrevem duas versões sobre a viagemdela à Terra Santa, indica a historiadora Maria Bolson. A primeira crença diz que a procura da cruz verdadeira onde Jesus foi crucificado aconteceu após um sonho que conduziu Helena a Jerusalém. Na outra narrativa, o judeu Judas Cyriacs ajudou a encontrar o local. “A descoberta da cruz e dos pregos da crucificação foi fundamental para o desenvolvimento da fé cristã porque, além das implicações religiosas, trouxe consequências políticas”, diz a historiadora. Os elementos encontrados viraram símbolos do Império Cristão. O título de “santa” foi concedido pela vida dedicada à difusão do cristianismo nas igrejas Católica e Ortodoxa.
Acompanhe a programação completa da Festa de Santa Helena e Santa Cruz
Do dia 25/04 ao dia 29/04 missas as 19:00h
Dia 30/04 (Sábado) Missa as 19:00h
Dia 01/05 (Domingo) Missas as 7:30h e 10:30h
Dia 02/05 (segunda-feira) encerramento as 19:30
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