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Polícia Celulares

A cada hora, 11 celulares são roubados ou furtados em Minas

Entre janeiro e junho foram 51,3 mil casos; mulheres entre 18 e 24 anos foram as principais vítimas

03/09/2018 às 10h16
Por: Redação
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Foto: Lincon Zarbietti
Foto: Lincon Zarbietti

A professora Norma de Souza Lopes, 47, teve o celular levado por criminosos duas vezes neste ano: em fevereiro, ela foi abordada no viaduto Santa Tereza, na região Leste da capital, por dois homens com um aparelho de choque. Em abril, estava em um show na praça da Estação, na região Centro-Sul, quando um homem pegou o aparelho na bolsa dela. Os crimes dos quais a educadora foi vítima engrossam as estatísticas, que apontam que 51,3 mil roubos ou furtos de celulares foram registrados em Minas de janeiro e a junho deste ano. A média é de 11 casos por hora, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Só em Belo Horizonte, 98 pessoas são vítimas dos crimes todos os dias. De acordo com especialistas, o celular é, atualmente, uma das principais moedas de troca no mundo do crime. Nos primeiros quatro meses deste ano, em 56,6% do total de roubos em Minas, havia pelo menos um celular entre os itens levados.

O padrão das ocorrências mudou: enquanto no primeiro semestre de 2017 os roubos – com uso de arma – eram mais frequentes, os furtos passaram a ser mais comuns em 2018: foram 28.261 em Minas, ante 23.039 roubos. As principais vítimas são mulheres entre 18 e 24 anos.

“Eu nunca mais mexi no celular na rua. Quando preciso falar com alguém, entro em uma loja. Também acabei comprando um aparelho de qualidade inferior e ando com dois. Se eu preciso ligar, uso o mais barato. Até hoje tenho certo pânico”, conta Norma. Diante do receio de novamente ser alvo de bandidos, a professora passou a pagar um seguro para o aparelho para, assim, evitar mais prejuízos.

O especialista em segurança pública Diogo Caminhas explica que houve uma mudança no padrão de consumo e no estilo de vida das pessoas, que deixaram de carregar muito dinheiro no bolso ou expor joias para evitar o roubo. Com isso, celulares e smartphones viraram os principais alvos dos criminosos. “Praticamente todas as pessoas têm esses aparelhos, que, no mercado formal, podem custar até R$ 5.000. É algo de grande valor, fácil de ser transportado e revendido”, afirma. Ele diz que os roubos e furtos têm uma concentração espacial e de tempo bem-definida e que as forças de segurança deveriam usar essas informações para combater os crimes.

Segurança. Segundo o tenente Washington Junio Amaral, da 6ª Companhia da Polícia Militar, os furtos acontecem principalmente em locais com grande concentração de pessoas, como pontos de ônibus e no interior dos coletivos e de grandes lojas. “O camarada que quer furtar entra no meio do povo e some”, afirma.

Já os roubos ocorrem mais em grandes corredores, como nas avenidas Afonso Pena, Cristiano Machado e Antônio Carlos. Segundo o tenente, a PM atua por meio de análise e inteligência criminal para direcionar o policiamento para locais com maior incidência.

Segundo o delegado José Luiz Quintão Tavares, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, os celulares furtados ou roubados normalmente são revendidos em lojas e site clandestinos. Ele ressalta a importância do registro do boletim de ocorrência e da autoproteção. Segundo o policial, a corporação faz operações para coibir os crimes.

Números. Os roubos de celulares caíram 29,9% em Minas no primeiro semestre de 2018 em comparação com o mesmo período de 2017, de 32.909 para 23.039 casos. Já os furtos aumentaram 2% no período, de 27.670 para 28.261.

Casos. Um jovem de 19 anos foi morto após ter o celular roubado enquanto estava indo para a escola em Embu das Artes (SP), na última terça-feira. Em Minas, um estudante de medicina veterinária foi morto em BH; e uma veterinária foi assassinada em Muriaé, na Zona da Mata, durante roubos de celular, no ano passado.

Torcedores reclamam de furtos no Mineirão

O cuidado com o celular deve ser redobrado em eventos com grande público. Na partida entre Cruzeiro e Flamengo, na última quarta-feira, houve vários relatos de furto no Mineirão. Uma mulher foi presa por receptação, com seis celulares.

O empresário Silvério Chaves Filho, 39, entrava no anel superior do estádio quando houve um tumulto. Ele acredita que, nesse momento, foi furtado. “Dois minutos depois, fui pegar o telefone para tirar uma foto, e ele não estava mais comigo”, lamenta. O gerente de projetos Douglas Castanheira, 35, também foi vítima. “No intervalo, quando tentei pegar uma cerveja, alguém colocou a mão no meu bolso e retirou meu aparelho. Não vi o jogo e tive um prejuízo de R$ 1.600”, conta.

O policiamento interno no estádio é realizado pelo Batalhão de Polícia de Choque. A corporação afirma que trabalha com “número suficiente de policiais” e que os torcedores devem evitar expor os aparelhos em locais de grande concentração de público. Dentro do Mineirão funciona uma Delegacia de Polícia Civil que, conforme a corporação, é preparada para atender todos os tipos de ocorrências.

A Minas Arena afirmou que o Mineirão tem mais de 370 câmeras e que, no jogo de quarta-feira, 589 seguranças atuaram. Segundo a empresa, as ocorrências vêm caindo.

Por Rafaela Mansur - OTempo

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