Na Reunião da Câmara Municipal desta terça-feira (30), o vereador Rodrigo Braga aproveitou o momento de sua comunicação pessoal para fazer denúncias de possíveis irregularidades no SAAE de Sete Lagoas.
Segundo ele, ligou para o SAAE como se fosse um cliente e perguntou como é feito o corte de água, sendo informado que o corte de água se dá dois dias após o atraso da segunda conta. “Mas tenho relatório do Condomínio Ermitage com contas sem pagar desde janeiro. Como é que funciona isso? Se para uma senhora do Luxemburgo, do Santa Rosa ou qualquer outro lugar, que só tem a água para dar para o filho, vai lá o motoqueiro e corta. E no Ermitage o motoqueiro não pode entrar não? Por que não pode entrar? Só estou falando porque tenho o relatório na mão!”, manifestou.
De acordo com levantamentos, a dívida do Condomínio Ermitage de contas de água para o SAAE é de R$ 12.595.89. Só o ex-presidente da Autarquia, Marcos Joaquim Matoso, teria uma dívida de R$ 6.517,89. Já somando as contas dos condomínios Ermitage, Da Vince e Esplanada dos Moinhos, a dívida chegaria a R$ 29.174,53.
Rodrigo Braga também ressaltou que quando um meio de comunicação entrou em contato com o SAAE para saber uma posição, a Autarquia teria respondido que não responderia aquilo que não tem fundamento.
Segundo ele, iria protocolar um Requerimento solicitando uma resposta do SAAE, mas que resolveu não protocolar. “Se é sem fundamento, então responda para o Ministério Público! Não precisa responder para mim não! Eu vou pegar a documentação que tenho e fazer a denúncia no Ministério Público, para o qual o SAAE deverá responder. Se um vereador não merece resposta, se não faz diferença saber ou não, então responda para o Ministério público!”, exclamou.
Inundação no Condomínio Santa Rosa
O vereador Rodrigo Braga falou novamente sobre a inundação ocorrida no Condomínio Santa Rosa, após o temporal que caiu em Sete Lagoas na tarde do último sábado (27). Ele lembrou que há praticamente um ano e cinco meses, uma inundação já havia acontecido no local que conta com um escoamento pluvial anterior à construção do Condomínio.
Ele contou que na ocasião, procurou a Secretaria Municipal de Obras, conversou com o secretário Vítor, sendo feito o levantamento do que precisava ser feito para a drenagem pluvial no local, garantindo que a obra seria colocada no cronograma para ser feita. Contudo, segundo ele, ficou sabendo que existia manilhas e canos em determinados locais da Prefeitura, precisando apenas da mão-de-obra, o que não aconteceu.
“Como vereador, não tenho mais respostas para dar para a população. Eu era morador de lá e hoje moro ao lado. Então quero esclarecer que como vereador, fiscalizo e cobro do Executivo. Eu não administro verba pública. Não tenho a caneta na mão. Portanto, não tenho como aprovar e mandar fazer uma obra. Assim sendo, a responsabilidade não é minha. Estou usando essa tribuna hoje por não saber mais como cobrar, por não ser atendido em nenhuma situação e por não ter nenhum tipo de acesso, aprovação e diálogo, para que a população fique entendida disso.”, desabafou.
“O Povo no Rádio”
Na Rádio Musirama, no Programa “O Povo no Rádio” desta manhã de quarta-feira (31), apresentado por Geraldo Padrão e a presença do deputado estadual Douglas Melo, o vereador Rodrigo Braga disse que é preciso dar o recado para o prefeito também.
“A reclamação é geral. Não falo por ninguém. Há os que tem coragem de falar e os que falam pelas costas. Não está tudo bem a partir do momento que a população não está sendo atendida, que as pessoas não conseguem entrar em casa por causa dos buracos, quando o Hospital Municipal é inundado, quando um condomínio é inundado quatro ou cinco vezes.”, lamentou.
De acordo com Rodrigo Braga, os pedidos são feitos e não há atendimento. A resposta sempre é que a obra está no cronograma. “Mas que cronograma é esse que ninguém vê!”, disparou.
O deputado estadual Douglas Melo ressaltou que vivemos em momentos de calamidade. “Passando pela Avenida Castelo Branco é comum vermos veículos com os pneus furados. Sugiro à Prefeitura que faça algo de imediato. Não tem asfalto para fazer em toda a cidade. Mas se precisar, faça com cimento. O que não dá é para colocar pedestres e motoristas em risco.”, advertiu.
Para Douglas Melo, a Brennand Cimentos é uma das empresas parceiras e que precisaria ser procurada. “O buraco não afeta só quem tem carro, mas quem está dentro da lotação também. Teremos pelos menos mais de três meses de chuva pela frente.”, lembrou.
Rodrigo Braga disse mais uma vez que não tem mais respostas para a comunidade. “Como não vou para a tribuna e explicar isso para as pessoas! O Executivo precisa colocar a ‘cara no sol’ e explicar a real situação da cidade! É reclamação 24 horas! Cadê a comunicação da Prefeitura que não funciona? Uma Assessoria de Comunicação é paga para fazer isso! Um vereador só pode fiscalizar as obras, mas não tem o poder para mandar fazer. Pedir é uma coisa, dar ordem para fazer é outra! A resposta sempre é que não tem verba. Se não há verba é melhor mandar o secretário ir embora, porque não havendo verba, não há como ele trabalhar. É preciso ter pelo menos criatividade.”, defendeu.
Já Douglas Melo completou que Sete Lagoas tem um erro de gastar mal o dinheiro público. Segundo ele, hoje, para asfaltar a cidade, demandaria um valor de 150 milhões de reais. “E foram gastos mais de 170 milhões de reais com a obra da ETA. A Copasa ofereceu 35 milhões de reais para fazer a obra, com o SAAE atendendo à população da mesma forma. Quando não temos dinheiro, normalmente optamos pelo menor gasto. A ETA para de bombear porque a água que vem de BH é tão poluída, que às vezes não dá para ser tirada. Com o dinheiro que foi gasto, daria para asfaltar Sete Lagoas toda!”, esclareceu.
Geraldo Padrão também enfatizou que a cidade está infestada de buracos. Rodrigo disse que não chama mais o SAAE de SAAE! “Chamo de tatu! Acho que lá também precisa ter comunicação.”, enfatizou. Ele reforçou o não pagamento de água por alguns condomínios de Sete Lagoas, conforme já relatado na matéria. “A denúncia está sendo averiguada. Tenho os documentos na mão e levarei ao Ministério Público. Há também a denúncia de o SAAE teria feito algumas negociações para beneficiar condomínios, que precisa ser investigada.”, finalizou.
O Site Mega Cidade questionou o SAAE, através de sua Assessoria de Imprensa, sobre as denúncias apresentadas, contudo até o final desta edição não obteve resposta.
Da Redação
Mín. 13° Máx. 19°