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Em Minas, 11 menores morrem com armas de fogo por semana

Estudo diz ainda que dez crianças e adolescentes são internados por ferimentos com o artefato

21/03/2019 às 08h32
Por: Redação
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Foto: Mariela Guimarães - 15.3.2019
Foto: Mariela Guimarães - 15.3.2019

A cada semana, 11 crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos) morrem e dez são internados por ferimentos com armas de fogo em Minas Gerais. A estatística, que inclui homicídios, acidentes e suicídios em 20 anos, ilustra duas situações que trazem risco para os menores em todo o país: a violência e a presença de armas de fogo em casa. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). De acordo com a pesquisa, Minas Gerais é o terceiro Estado com o maior número de internações de crianças e adolescentes entre 1999 e 2018 – foram 10.016 – e o quinto com mais incidência de óbitos de pessoas nessa faixa etária entre 1997 e 2016 – 11.214.

A pesquisa reuniu informações disponíveis no banco de dados do Ministério da Saúde, o que justifica a defasagem. No Brasil, segundo o levantamento, morreram 145,4 mil pessoas no mesmo período, e 95,7 mil foram socorridas em hospitais.

“Nós decidimos fazer esse levantamento em função da possibilidade de maior acesso às armas que está em curso no país. Quisemos saber o impacto disso na saúde pública e fizemos o recorte pelas crianças porque elas seriam mais sensíveis a ferimentos acidentais”, afirma o primeiro vice-presidente da SBP, Clóvis Constantino.

As mortes acidentais representaram 1% dos óbitos de crianças e adolescentes por armas de fogo no país, com 1.747 vítimas em 20 anos. “Se o número de casas com armas disponíveis aumentar, a tendência é que esses acidentes cresçam na mesma proporção”, avalia o coordenador do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, José de Assis Santiago.

Estatisticamente, a incidência parece ser pequena. Mas, quando um caso acontece, destrói lares, como ocorreu com o empresário Fábio Leonardo Dias da Silva, 38. Em 2017, ele perdeu o filho de 15 anos. “Ele foi dormir na casa de um amigo porque eles iam a uma festa. O amigo foi mostrar a arma para o meu filho e acabou atirando na cabeça dele. Depois disso, acabou a vontade de viver”, conta.

A maior parte dos casos de mortes de adolescentes baleados (94%) é por assassinatos, resultado da violência que afeta até as pessoas mais novas. “Os jovens sofrem os efeitos de uma sociedade de consumo. Para conseguir comprar os objetos de desejo, eles cometem furtos, tráfico de drogas, entre outros delitos. Ser baleado é, muitas vezes, uma consequência dessa entrada no mundo do crime”, diz Santiago.

 

Saúde gastou R$ 10 mi em nove anos

As internações de crianças e adolescentes em função de ferimentos com armas de fogo significaram um gasto de R$ 10,4 milhões para a saúde pública em Minas desde 2010. A faixa etária que representou o maior custo foi aquela entre 15 a 19 anos, que demandou R$ 9,4 milhões, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Ainda de acordo com a pasta, em 2018 o Estado teve 261 internações de vítimas de arma de fogo com até 19 anos. Somente no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, foram 58, conforme dados da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Segundo o cirurgião do João XXIII Rômulo Andrade Souki, devido à gravidade de ferimentos com arma de fogo, o hospital adota um procedimento padrão. “Avaliamos (a pessoa) rapidamente e, se há a necessidade de fazer cirurgia de emergência, acionamos sirenes para que em um minuto a vítima esteja no bloco cirúrgico”, afirma.

Legislação

Queda. As mortes de crianças e adolescentes por armas de fogo começaram a diminuir no Estado em 2006, um ano e meio após a regulamentação do Estatuto do Desarmamento.

Dicas de segurança

Risco

Segundo a instituição Criança Segura, que promove ações de proteção à criança e ao adolescente, um pequeno de apenas 3 anos já tem força para puxar o gatilho de alguns tipos de revólveres.

Ingenuidade

Ainda de acordo com a entidade, crianças de até 10 anos não entendem as consequências de um disparo e não têm plena capacidade de julgar os riscos. Até os 8 anos, elas não conseguem distinguir armas reais de brinquedos.

Cuidados

A primeira dica da entidade para se evitarem acidentes é não ter arma em casa. Mas, caso as famílias a tenham, devem guardá-la descarregada e fora do alcance de crianças. Além disso, as munições precisam ficar em local separado. Os pais devem ainda enfatizar ao menor o risco do uso de armas.

OTempo

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